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MOVIMENTOS ATUAIS DA LITERATURA BRASILEIRA

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O projeto Conexões Itaú Cultural – mapeamento Internacional da Literatura Brasileira, se propõe a construir um banco de dados sobre professores, pesquisadores e tradutores da literatura brasileira no exterior. Já escrevi algumas vezes aqui sobre o Conexões, do qual sou um dos curadores, juntamente com o professor João Cezar de Castro Rocha. Alguns dos dados estatísticos sobre os quase 250 mapeados podem ser consultados aqui. Ali também podem ser consultados textos resgatados de pesquisadores, alguns produzidos especialmente para o projeto. Também podem ser vistos cerca de 150 vídeos gravados com depoimentos de autores e pesquisadores que participaram dos vários eventos do Conexões e de outros programas do Itaú Cultural.

Além do mapeamento, o Conexões suscita, junto aos curadores e outros pesquisadores, a produção de pesquisas específicas, seja usando o banco de dados, sejam inspiradas pelos temas do projeto. Foi assim na última FLIP, quando o Conexões apresentou quatro pesquisas inéditas reunidas como “Movimentos Atuais da Literatura Brasileira”. As quatro em breve estarão disponíveis no site mencionados.

A professora Laetitia Jensen Eble, que integra o Grupo de Estudos em Literatura Brasileira da UnB (coordenado pela prof. Regina Dalcastagné) preparou um trabalho, a partir do levantamento dos currículos da Plataforma Lattes, do CNPq.

O professor João Cézar Castro Rocha aproveitou alguns dados dessa pesquisa, comparou-os com os do banco de dados do Conexões e preparou um instigante trabalho sobre o novo perfil do “brasilianista”, e que autores são estudados.

Fábio Malini, professor da Universidade Federal do Espírito Santo, onde coordena o Laboratório de Estudos sobre Imagem e Cibercultura (Labic) do Departamento de Comunicações, preparou um interessante mapeamento das fanpages e hashtags dos retuítes sobre cinco autores da literatura brasileira: Leminski, Machado de Assis, Clarice Lispector e Caio Fernando de Abreu.

Eu, que não dou aula em lugar nenhum, fiz um levantamento sobre o espetacular aumento de feiras de livros e festivais literários no Brasil, assim como o montante gasto por prefeituras e governos estaduais em diversas formas de “cheque-livro” ou “vale-livro” entregues para professores, alunos e bibliotecas nessas feiras de livro. Continue lendo MOVIMENTOS ATUAIS DA LITERATURA BRASILEIRA

Luiz Brás e sua pesquisa sobre o “estado atual” da literatura brasileira.

Luiz Brás – anteriormente conhecido como Nelson de Oliveira (eu me divirto muito com esse heterônimo?) – propôs ao Rogério Pereira, editor do jornal Rascunho, uma Pesquisa sobre a evolução literária no Brasil. E me enviou a pergunta abaixo:

Tendo em vista a quantidade de livros publicados e a qualidade da prosa e da poesia brasileiras contemporâneas, em sua opinião a literatura brasileira está num momento bom, mediano ou ruim?

A minha resposta, que saiu no Rascunho deste mês:

Pode-se usar vários critérios para tentar responder à questão.

Primeiro, um critério “quantitativo”. A quantidade de livros publicados no país denota, efetivamente, aquilo que chamou atenção de Antonio Cândido há décadas: temos um sistema literário com escritores que almejam o reconhecimento como tais; um sistema de transmissão (a língua, o mercado editorial); e um público leitor. Esse sistema é cada vez mais forte, maior e mais desenvolvido. E nele cabe e ele abriga uma imensa diversidade de expressões literárias, de temas, de abordagens. São milhares de autores em busca de seus leitores.

Uma segunda medida seria dada pela própria divisão por gêneros. Literatura adulta, literatura para crianças e jovens e poesia. Mas, nesse caso, é necessário também considerar dinâmicas próprias para cada uma delas.

Tome-se a poesia, por exemplo. Na pesquisa “Retratos da leitura no Brasil 3” (Instituto Pró-livro/Imprensa Oficial, S. Paulo, 2012) Temos os seguintes poetas citados entre os 25 autores brasileiros mais admirados: Carlos Drummond de Andrade (5º.), Vinícius de Moraes (8º.), Cecília Meireles (12º.), Manuel Bandeira (16º.), Fernando pessoa (18º.) e Mário Quintana (23º.). Será que os brasileiros estão lendo assim tanta poesia? A resposta, na verdade, tem a ver com os livros didáticos. Esses poetas aparecem com frequência nesses livros, e em vários contextos, nem todos ligados ao ensino de literatura. E é significativo que todos estejam solidamente encastelados no cânone. Nada de poetas novos. E esses poetas estão na companhia, na mesma lista, do Monteiro Lobato (por conta da TV), Maurício de Souza, Ziraldo e Pedro Bandeira. Todos autores amplamente lidos nas escolas.

Essa lista daria panos para muitas mangas, com a presença de outros autores, numa verdadeira salada de frutas: Paulo Coelho (3º.), Zíbia Gasparetto (9º.), Augusto Cury (10º.), Chico Xavier (13º.), Padre Marcelo Rossi (14º.) e Silas Malafaia (24º.). Os demais autores citados são do cânone: Machado de Assis (2º.), Jorge amado (4º), José de Alencar (7º.), Érico Veríssimo (11º.), Paulo Freire (17º.), Clarice Lispector (19º.), Ariano Suassuna (20º.), Graciliano Ramos (21º.), Mário de Andrade (22º.).

Ou seja, dos autores vivos não há presença de nenhum dos que estão no campo de apreciação da crítica contemporânea. Há, portanto, uma profunda dissociação entre o que o campo literário (no sentido dado ao termo por Bourdieu) privilegia, e o que aparece na preferência dos leitores.

O que leva, simplesmente, a uma reformulação da pergunta: de que literatura se está falando? Da que entra no radar das forças dominantes do campo literário ou da que, por uma ou outra razão, é efetivamente lida no Brasil?

Quem quiser, responda para o Nelson: luiz.bras@uol.com.br

E-BOOKS EM INGLÊS VENDIDOS NO MUNDO TODO – E NÓS COM ISSO?

A Associação dos Editores dos EUA divulgou dados sobre as vendas internacionais das editoras daquele país. As exportações de livros dos EUA alcançaram US 883.389 milhões de dólares. É importante notar que a venda de e-books cresceu 63% em relação ao ano anterior, enquanto a de livros impressos cresceu apenas 1,3%.

A exportação de livros dos EUA para o resto do mundo tem um de seus pilares na venda de livros técnico-científicos. Os dados anunciados, entretanto, dizem respeito apenas ao segmento trade – ficção e não-ficção – deixando de lado esse outro segmento.
A venda de e-books cresceu, portanto, exponencialmente. Os livros de ficção e não-ficção são particularmente aptos para a leitura em dispositivos móveis, ao contrário dos livros ilustrados para adultos e para crianças, que ficam melhor impressos, apesar das tentativas de desenvolvimento de apps interativas nos livros para crianças.
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POLÍTICA DO LIVRO – ARQUEOLOGIA

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Recentemente abri um CD onde havia arquivado os documentos do computador que eu usava quando trabalhava na Câmara Brasileira do Livro. Quando de lá saí, em 2003, copiei-os, deixando os originais no equipamento que pertencia à instituição.

Nesse CD recuperei muitos documentos do período. Sem dúvida, um dos mais interessantes é o transcrito abaixo. Trata-se de carta da diretoria da CBL, então presidida por Raul Wassermann, aos comitês de campanhas dos principais os candidatos à Presidente da República nas eleições de 2002: Lula, Serra, Garotinho e Ciro Gomes. Todos receberam a carta e foram convidados a discuti-la com os editores. Como assessor para assuntos institucionais da CBL, na época, participei ativamente da discussão das propostas e ajudei a redigi-la, juntamente com o Dr. Plínio Cabral, então assessor jurídico da entidade.

A iniciativa de preparar a carta e enviá-la, como disse, foi da diretoria da CBL.

A campanha do Lula foi a primeira a responder, enviando Antonio Palloci, Marco Aurélio Garcia e Galeno Amorim, como representantes da campanha, para se reunirem com os editores – e quem mais quisesse aparecer, o encontro era aberto – na sede da instituição. Um pouco depois, Clóvis Carvalho, ex-ministro de FHC e um dos coordenadores da campanha do Serra, também visitou a entidade. As campanhas de Garotinho e Ciro Gomes não deram pelota.

Abaixo transcrevo o documento, memória de uma época em que a CBL tomava iniciativas de fazer propostas e não recebia repasses para simples execução de ações.


Propostas para os candidatos à Presidência da República

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Como a Coréia promove seus autores no exterior

As estratégias de promoção das literaturas nacionais no exterior são muito variadas. Um ponto em comum é a existência de programas de apoio à tradução.

O artigo do Publishing Perspectives aqui linkado exemplifica o esforço do governo coreano nesse sentido. Ficamos sabendo que o Instituto de Tradução de Literatura envia autores para participar de eventos literários no exterior, em busca de desenvolver intercâmbio com outros autores e também auxiliar os tradutores. O ITL mantem cursos para tradutores estrangeiros, com oficinas e programas para visitantes não coreanos que se propõem a traduzir para cinco idiomas: inglês, francês, alemão, espanhol e russo.

O programa coreano incluiu bolsas para a publicação, além da tradução, inclusive de livros eletrônicos. Os valores são determinados segundo o gênero, o idioma alvo e as dificuldades do texto original.

Destaque-se que a Coreia do Sul também tem músicos conhecidos internacionalmente, como o fenômeno Psy. Em S. Paulo, a colônia coreana é muito ativa na promoção de atividades culturais, mas essas são destinadas principalmente para os membros da comunidade coreana. As séries televisivas coreanas têm um público de admiradores fieis, que legendam para o inglês e daí ao português, de modo que o download pode ser feito poucos dias depois que cada capítulo vai ao ar.

A indústria editorial coreana também é muito forte. Segundo li em estatísticas já há alguns anos, naquele país se produz mais livros que no Brasil, apesar da população muito menor, e os índices de leitura são muito altos. Resultado, certamente, dos altos investimentos em educação.

Vale a pena ler o artigo e visitar o site do Instituto.

FRANÇA ENCAMINHA SOLUÇÃO PARA “OBRAS ÓRFÃS”

Já tratei aqui da questão das chamadas “obras órfãs” e de como, com a possibilidade de digitalização, a recuperação desses títulos se tornou possível e é importante sob vários aspectos: para as bibliotecas, na preservação e ampliação de acervos; e para a reedição de livros há tempos fora do mercado.

Lembrando, “obras órfãs” são aquelas cujos direitos autorais podem ou não ser ainda vigentes (passam a domínio público setenta anos após a morte do autor), mas que estão fora do mercado, seja pelo desaparecimento da editora original, seja para dificuldade em localizar os autores para conseguir as permissões para reedição. Além disso, a lei atual proíbe a digitalização – mesmo para arquivamento – sem prévia licença dos detentores de direitos. Enfim, mais detalhes sobre o assunto podem ser visto no post mencionado.

A Biblioteca Nacional da França e o Ministério da Cultura daquele país, entretanto, tomaram uma iniciativa, que começa a ser posta em prática este ano, para equacionar o problema. O Congresso Nacional Francês aprovou, em 2012, alterações na legislação de direito autoral, transferindo a tutela das “obras indisponíveis” para uma sociedade de arrecadação que pode autorizar novas edições digitais (nunca em papel), tornando as obras ReLegíveis (o programa é chamado de ReLire em francês).

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Comunidades de leitores ligadas a editoras estão explodindo? Aqui, não

No post de ontem, publiquei um artigo de Jane Tappuni, publicado originalmente no Publishing Perspectives, a excelente newsletter dirigida pelo Ed Nawotka. Hoje, comento um pouco sobre o assunto.

Apesar de ser uma novidade em si, e estar se expandindo, essas comunidades de leitores têm origem em uma iniciativa mais antiga das editoras, principalmente dos EUA: o material para uso dos clubes de leitura.

Uma boa parte dos romances publicados nos EUA trazia no final, até pouco tempo (tanto na edição hardcover quanto em paperback) material preparado pela editora para ajudar nas discussões em torno do livro nos clubes de leitura. Esse é um fenômeno que persiste, espalhado pelos EUA, e que nunca foi muito comum aqui, embora recentemente se tenha notado um certo crescimento dessa atividade de conversas sobre livros lidos por todos os membros. Para uma percepção da situação atual nos EUA, veja aqui. Continue lendo Comunidades de leitores ligadas a editoras estão explodindo? Aqui, não

Comunidades de leitores ligadas a editoras estão explodindo

Jane Tappuni Jane Tappuni, PublishingPerspectives

Mês passado, a Publishing Technology encomendou um estudo baseado nas tendências que notamos crescer entre editores acadêmicos e de livros gerais. Anteriormente, as ações de marketing estavam focadas principalmente nas bibliotecas e livrarias, fazendo delas divulgadores de revistas acadêmicas e livros. Mas diante do declínio de compras de bibliotecas e o fechamento de livrarias nos últimos anos, editores passaram a devotar parcelas maiores de seus orçamentos de marketing para construir um relacionamento direto com seus clientes. A criação de comunidades online vem sendo central nesse esforço.

Com a recente venda do site de networking social de livros GoodReads para a Amazon, pela quantia divulgada de US$ 150 milhões, está claro que uma comunidade online em torno de livros e narrativas é uma mercadoria valiosa que pode ajudar os editores a reagir melhor aos interesses dos leitores. Mas vale a pena para os editores investir na criação de suas próprias comunidades online de marca? Os editores acham que sim. Segundo nosso estudo, feito pela Bowker Market Research, o número de comunidades online de propriedade de editoras deve mais que dobrar nos próximos dois anos. O estudo, focado nos editores dos EUA e do Reino Unido, tanto dos segmentos de mercado de obras gerais e livros acadêmicos, revelou que dois terços dos editores que responderam ao questionário atualmente hospedam comunidades de leitores, e que esse número deve aumentar em 90% nos próximos dois anos.

Algumas das comunidades online mais populares estão focadas em um gênero em particular, ou algum interesse que atrai uma audiência selecionada – a editora de história militar Osprey Publishing usa as abundantes opiniões de seus leitores para definir prioridades na encomenda de novos textos de história militar; a editora de livros românticos Mills & Boon apresenta discussões de destaques que encorajam seus leitores a compartilhar histórias, conselhos e questões sobre amor e vida; Pottermore dá vida às histórias de fundo dos personagens e aspectos do mundo de Harry Potter, que não foram apresentados nem nos livros nem nos filmes.

Dos editores que já têm comunidades online, 64% estavam convencidos de que seu investimento nesse mercado já se pagava, e continuarão a fazer isso ao proporcionar um bom suporte de marketing para os canais de venda. Com esse sucesso, um quarto dos editores esperam ter sete ou mais redes de pé e funcionando em 2015, com muitos outros participantes da pesquisa predizendo um enorme crescimento no número de comunidades online para suas empresas, desde a média atual de 2,1 para mais de 5 nos próximos dois anos.

Apesar de ser um estudo focado nos editores dos EUA e do Reino Unido, a tendência é internacional. O Cloudary, da China, (nome reformulado da Shanda Literature, parte do Shanda Interactive, uma empresa de jogos online) foi lançado em 2008, e cresceu virando uma vibrante comunidade tanto de leitores como de escritores. Qualquer um pode subir suas histórias e usar o site como uma plataforma para construir uma base de fãs, ou escritores de sucesso podem testar uma história com os leitores. O site alega ter 800.000 escritores. O Shanda Network opera através de três portais conhecidos e controla mais de 90% do mercado chinês de leitura online, com a maior parte do conteúdo se situando entre ficção científica e gêneros de fantasia. E é tão popular que está se preparando para lançar ações públicas.

O que nosso estudo revelou é que o apoio dos editores para as comunidades online, tanto as suas como as outras, está agora na linha de frente de sua transformação em organizações diante dos consumidores, e os consumidores estão ávidos por participar disso.

Jane Tappuni é Vice-Presidente Executiva, Desenvolvimento de Negócios, da Publishing Technology. Para mais informações sobre o estudo das comunidades online, visite.

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Amanhã, em novo post, comentários sobre esse assunto.

Um mercado opaco

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Tomei a iniciativa de escrever a coluna no PublishNews e o blog Oxisdoproblema pensando no público bem focado, e restrito, dos interessados no mercado editorial. Fico muito satisfeito, como sempre dizem os colunistas, com minha meia dúzia de leitores (ou um pouco mais, na média, tá bem…).

Qual minha surpresa, portanto, quando a coluna que publiquei na última quinta-feira, Literatura brasileira no exterior: problema dos editores? teve cinquenta vezes mais acessos que a média do blog, e foi replicada em muitos sites, no Facebook e no Tweeter. O Google Analytics – ferramenta de análise dos acessos – registrou uma dispersão muito grande em suas origens, com países em que eu jamais pensaria encontrar algum leitor. Entre os que comentaram ou replicaram nas redes sociais, pelo que pude perceber, havia uma substancial parcela de escritores.

Parece que o post mexeu com preocupações e sensibilidades das pessoas sobre a posição da literatura brasileira no exterior, sobre as dificuldades e os causantes da situação.

Como disse naquele post, meu interesse pelas políticas para o livro e leitura nasceu quando me fiz a pergunta, quando era sócio da Marco Zero, sobre a razão pela qual nossos ótimos livros não vendiam o que esperávamos. Como sabem os cientistas sociais, o funcionamento das sociedades é sempre opaco.
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Literatura brasileira no exterior: problema dos editores?

Prólogo.
Esse é um assunto que me interessa muito. Participei da organização da primeira vez em que o Brasil foi país convidado da Feira de Livros de Frankfurt, em 1994. Depois, participei também da organização da presença brasileira em outras feiras: Bogotá (1995), Guadalajara (2001). Em 2011 publiquei uma série de posts no blog sobre a participação em 1994 (veja aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, e aqui) e também já me manifestei sobre a importância e as condições de participação em feiras internacionais aqui.

Em relação à próxima presença do Brasil em Frankfurt, em outubro, minha contribuição se resumiu em um paper com considerações sobre as possíveis linhas mestras do pavilhão principal. Não fiz e não faço parte da organização da feira, nem da programação dos autores. Além disso, estou como editor da Machado de Assis Magazine, coedição entre a FBN e o Instituto Itaú Cultural (trabalho que não onera o orçamento da FBN). A revista publica excertos de traduções de autores brasileiros, selecionados por uma Comissão Editorial a partir de chamamento público.

O que eu gostaria aqui seria contribuir com a discussão, procurando analisar o que está em jogo, e as condições em que esse jogo é jogado no mundo editorial. É o que posso fazer, como cidadão envolvido com as questões de políticas públicas para o livro e a leitura.
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