As bibliotecas estiveram presentes em duas polêmicas que correram na Internet semana passada.
A primeira foi provocada por um artigo do jornalista Luís Antônio Giron, publicado em seu blog da Revista Época no qual relatava uma experiência que considerou desastrosa ao visitar a biblioteca pública de seu bairro (não disse qual era), onde não encontrou o que buscava. O trecho que provocou dezenas de comentários, muitos irados, de bibliotecárias, foi o seguinte:
“Cheguei de mansinho, talvez pensando em reencontrar nas prateleiras os livros que mais me influenciaram e emocionaram. Topei com prateleiras de metal com volumes empoeirados à espera de um leitor que nunca mais apareceu. O lugar estava oco. A bibliotecária me atendeu com aquela suave descortesia típica dessa categoria profissional, como se o visitante fosse um intruso a ser tolerado, mas não absolvido. Eu sei que as bibliotecárias, entre suas muitas funções hoje em dia, sentem-se na obrigação de ocultar os volumes mais raros de suas respectivas bibliotecas. Bibliotecas mais escondem do que mostram. Há depósitos ou estantes secretas vedadas aos visitantes. São as melhores – e, graças às bibliotecárias, você jamais chegará a elas.”
A segunda polêmica foi a do fechamento do site www.livrosdehumanas.org por iniciativa da ABDR – Associação Brasileira de Direitos Autorais, sob a acusação de violação de direitos de autores e editores. É a terceira vez que o site é fechado por problemas semelhantes. Josélia Aguiar publicou em seu blog Livros Etc. uma entrevista com Thiago (sem sobrenome), apresentado como coordenador do site. O entrevistado responde a uma das perguntas:
“Sou estudante, recém-formado e me preparando para o mestrado da Letras-USP. Em 2009 a xerox do curso – ilegal para a ABDR, mas sem a qual ninguém consegue estudar na USP ou em qualquer outra universidade brasileira– aumentou o valor da página fotocopiada para R$ 0,15, acréscimo de 50%. Isto motivou um grupo de estudantes a compartilhar o conteúdo de suas disciplinas em sites como 4shared e mediafire. O blog funcionava como um indexador destes links.”
Ele não informa a razão pela qual “ninguém consegue estudar na USP ou em qualquer outra universidade” sem apelar para as reprografias. Eu afirmo aqui, com todas as letras: porque as bibliotecas universitárias são MUITO ruins, perdendo apenas para as bibliotecas públicas em geral na qualidade.
Antes que bibliotecárias e defensores da reprografia me ataquem, vou logo dizendo: a questão do acesso público aos livros é uma bandeira que defendo há muitos anos, e as bibliotecárias (os) NÃO SÃO responsáveis pela situação precária das bibliotecas brasileiras. E os fatos que discuto aqui também têm exceções, as sempre bem-vindas e necessárias exceções que confirmam a regra. Não quero incorrer no principal “pecado” do Girón, segundo suas atacantes, que é o da generalização indiscriminada.
Vou tentar esmiuçar um pouco as questões.
Quem primeiro reconhece a situação precária do sistema de bibliotecas públicas brasileira é o próprio Ministério da Cultura, que encomendou uma ampla pesquisa, feita pela FGV, sobre a situação. O link para os dados da pesquisa está aqui. Os dados são, literalmente, estarrecedores. No que diz respeito à crítica do Girón vale ressaltar os seguintes dados sobre o perfil dos “dirigentes” (responsáveis) pelas bibliotecas públicas: 1% deles completaram apenas o ensino fundamental 1 (antigo primário); 2%, o ensino fundamental II (antigo ginásio); 40%, o ensino médio; e 57% completaram o ensino superior. Entretanto, apenas 11% desses dirigentes são bibliotecários (ou bibliotecônomos, ou “cientistas da informação”, como recentemente andam sendo chamados); 18% são pedagogos; 7% formados em letras; 4% em história e o resto em outras graduações.
A possibilidade de quem o atendeu com a tal “suave descortesia” seja uma bibliotecária é bem remota. Mas isso não importa. O fato é que o nível de capacitação do pessoal de bibliotecas deixa a desejar. Não por serem bibliotecários(as). Muito pelo contrário. Trata-se simplesmente de parte do problema de qualificação geral do pessoal para o sistema. A sensação de descaso descrita pelo Girón, infelizmente, é verdade para muitas bibliotecas, e também não é verdadeira para outras. Há experiências comprovando todas. Assim como há bons e maus funcionários públicos em geral (e acredito que a maioria seja competente e interessada em bem desempenhar seu serviço ao público), existem bons e maus atendentes de bibliotecas. C’est la vie.
Dito seja que não concordo com a posição antiga defendida pelo Conselho Federal de Biblioteconomia de que o responsável por cada biblioteca deva necessariamente ter graduação na área. Considero essa posição corporativista e irreal (se o CFB mudou o matizou sua posição, alvíssaras). Com a aprovação da lei que dá prazo para que as escolas tenham bibliotecas, não há condições de que isso seja cumprido. A solução está no desenvolvimento de sistemas nos quais profissionais bibliotecários supervisionem o funcionamento de várias bibliotecas e que o atendimento de frente seja feito por técnicos de ensino médio e VOLUNTÁRIOS. Devidamente capacitados.
Quem já visitou o magnífico prédio da Rua 42, em Nova York, principal sede da Biblioteca Pública da metrópole, sabe que praticamente todo o atendimento de frente é feito por voluntários. A maioria é de senhoras que se dispõem a doar algumas horas por semana para ajudar a Biblioteca, e só se chega a consultar um bibliotecário(a) quando se trata de questões técnicas relevantes. A Biblioteca organiza e capacita a esses voluntários, de modo que haja sempre um atendimento correto, eficiente e simpaticíssimo por parte dessas senhoras voluntárias. E isso tudo diz muito também sobre a integração da biblioteca com a comunidade a que serve.
O importante é salientar que, desde antes do Censo, os responsáveis pelas políticas públicas de bibliotecas do Brasil vêm desenvolvendo esforços enormes para melhorar essa situação. Ainda existem municípios que não têm nenhuma BP, e a situação da maioria é lamentável, sem dúvida nenhuma.
Não vou aqui listar as medidas que vem sendo tomadas pela administração do Galeno Amorim na Biblioteca Nacional, onde o Sistema Nacional de Bibliotecas conta com a colaboração de uma profissional competentíssima, Elisa Machado. Tampouco vou assumir aqui o papel de defensor do sistema de bibliotecas públicas de S. Paulo, dirigido por Maria Zenita Monteiro. O sistema, sob a administração do Carlos Augusto Calil na Secretaria de Cultura, tem melhorado muito nos últimos anos, inclusive com consulta via Internet do acervo. E não é justo confundir a readequação de bibliotecas (com sua transformação em bibliotecas temáticas) com a extinção de bibliotecas. E uma boa reportagem com as duas profissionais mencionadas pode dar luz à dimensão dos problemas e dos esforços que estão sendo feitos.
Porque também tem outra coisa. Políticas públicas não resolvem os problemas (no caso, de acesso aos livros e à leitura) da noite para o dia. Sua maturação é lenta e depende também de ações na área da educação e das políticas sociais em geral. O importante é que o problema está sendo enfrentado não apenas pelos mencionados, como também por muitos outros administradores públicos Brasil a fora. O que não justifica, obviamente, que uma grande maioria pouco se importe com o problema. Na verdade, esses administradores que não colocam as bibliotecas como prioridade são parte do problema.
E o fechamento do site?
São vários pontos envolvidos nisso. Em primeiro lugar, e como questão mais importante, é que as bibliotecas universitárias são, no meu entender, esquizofrênicas. Há um enorme esforço para atualização de acervos e atenção aos usuários dos programas de pós graduação, particularmente na área das ciências naturais. As aquisições de acervos eletrônicos, de revistas técnico científicas, é muito significativa.
Mas, na área da graduação, a situação é lamentável. Não existem exemplares em quantidade suficiente para o atendimento minimamente decente para os alunos. As malfadadas “pastas dos professores” e a reprografia foram a resposta capenga para isso. Sem falar em “universidades” particulares de pequenas cidades das quais se diz que alugam bibliotecas para passar pela avaliação do MEC e receber licença de funcionamento, e que depois são devidamente devolvidas aos “empreendedores” (e põe empreendedorismo nisso!) que as alugaram. Não conheço nenhum caso concreto, mas os rumores abundam.
A ABDR foi originalmente concebida como uma instituição de licenciamento de reproduções, medida que corre paralela à defesa dos direitos autorais (que são originalmente dos AUTORES, e subsidiariamente das editoras, note-se). Essa proposta inicial foi desvirtuada aqui no Brasil, e a ABDR se transformou em uma agência basicamente repressiva, promovendo o fechamento de copiadoras e de sites como o mencionado.
O resultado dessa política equivocada é a mobilização dos estudantes contra as ações da ABDR. Pior ainda, identificando a questão do Direito Autoral como algo de interesse simplesmente das editoras, quando diz respeito fundamentalmente aos autores, que merecem e devem receber remuneração por seu trabalho. Daí que, em vez de pressionar por melhores bibliotecas, apela-se para o “jeitinho”: pastas de professores, sites de compartilhamento. A questão de fundo se perde, e as bibliotecas continuam sendo péssimas (a vontade é a de usar outro adjetivo, mas o decoro o impede).
Outro problema diz respeito às obras “órfãs”, livros que possivelmente ainda estão sob proteção da lei de direitos autorais, mas não disponíveis no mercado. É um problema sério, objeto de discussão em vários foros, inclusive internacionais.
O triste disso tudo é que, pela ineficiência e insuficiência das bibliotecas – públicas e universitárias – todos são prejudicados: alunos e o público em geral pelas dificuldades de acesso; autores e editores pela perda de renda decorrente da reprodução não autorizada.
Finalmente, uma última palavra sobre os editores. Independentemente da questão das bibliotecas, Ed Nawotka, o editor do site Publishing Perspectives, uma vez publicou um aforismo que gosto de repetir: livro pirateado é o que não foi colocado no mercado com preços e condições aceitáveis para os consumidores/leitores.
Sou bibliotecária formada há dois anos pela Universidade Federal de Pernambuco. Então, como sou “novata” na profissão, vou falar um pouco da minha pequena experiência.
Trabalho, atualmente, numa biblioteca universitária, e assim como algumas públicas, também está no descaso. Mas não por minha culpa, e sim, da falta de recursos e de atenção da instituição de melhorar o acervo e o acesso ao público. Então o que fazer? “Se virar” com o que tenho e tentar atender da melhor forma possível, tanto que hoje em dia nem sigo mais o regulamento, pq não posso deixar de emprestar apenas um único livro que existe no meu acervo, que é de consulta, pq o regulamento diz, e deixar o usuário sem o material. Os prazos também fui obrigada a aumentar, para os livros de literatura, para tentar estimular à leitura.
Minha profissão é desconhecida e quando falada, geralmente é retratada de forma pejorativa e difamatória. Num país em que a leitura e a educação são tratados praticamente como último item, quem segue essa carreira vai encontrar mais dificuldades que alegrias, tanto em instituições públicas ou privadas. As privadas, preocupadas com o lucro, geralmente só lembram de comprar livros quando o MEC “ameaça” de fazer uma visitinha. Quanto à contratação, é a mesma coisa, só lembram do profissional por causa do MEC.
Mas chega de falar da minha profissão. Quero parabenizá-lo pelo seu excelente artigo. Diferente do seu colega Giron, que demonstrou ser um profissional arrogante e preconceituoso, que mesmo estando errado, continuou a denegrir muitos profissionais, o senhor mostrou seriedade e apontou erros, fazendo sua crítica explicativa e construtiva.
Seu artigo me deixou feliz, após uma semana de ofensas, críticas e elogios, da parte de Giron e de alguns colegas de profissão que não entenderam que a crítica da classe, e minha também, foi da generalização. Dizer que TODOS os profissionais tem a tal discortesia típica da profissão foi uma grande ofensa, sabendo que existem muitos que estão tentando reverter essa visão negativa que as pessoas têm da bibliotecária que usa óculos e grita silêncio a todo instante. Profissionais bons e maus existem em todas as profissões, e o senhor, diferentemente do seu colega de profissão, mostrou ser um excelente jornalista.
Continue assim, mostrando o problema, os pontos negativos e fazendo a crítica CONSTRUTIVA! =)
Sr. Felipe Lindoso bom saber que um jornalista percebeu a dimensão do real problema relacionado às bibliotecas, e entendeu que não é generalizando, para toda uma classe o infortúnio de um mal atendimento, que se chega ao cerne da questão. Seu texto foi lúcido e confirmou o que eu já sabia, nem todo jornalista é um energúmeno com tendências para comportamento de diva. Meu nome é Ericka Martin, sou bibliotecária da Fundação Municipal de Cultura de BH e trabalho justamente com bibliotecas públicas e promoção da leitura. Tornar o acesso aos livros mais amplo e o gosto pela leitura mais difundido tem sido minha luta a três anos, sou profissional da leitura, Bibliotecária com muito orgulho, e agradeço por sua reflexão mais justa e real da situação das bibliotecas públicas no país.
Prezadas Ericka e Vanessa.
Obrigado pela atenção de vocês ao texto.
Apesar de ter trabalhado como jornalista por muitos anos, essas contribuições são feitas hoje a partir da perspectiva de alguém que estuda e acompanha políticas públicas para o livro no Brasil.
Também para matizar: o Girón é um polemista; não é a primeira vez que provoca celeumas (existem críticas muito fortes dele feitas ao Chico Buarque, por exemplo). E o texto dele – que é o mote para a primeira parte das minhas observações, a segunda parte é o fechamento do site – vale por provocar as discussões. Por mais ácidas que sejam.
Um abraço e comentem sempre.
Felipe
Prezado Felipe,
Vou transcrever um comentário meu feito no blog da Dora:
“A bibliotecária me atendeu com aquela suave descortesia típica dessa categoria profissional, como se o visitante fosse um intruso a ser tolerado, mas não absolvido. Eu sei que as bibliotecárias, entre suas muitas funções hoje em dia, sentem-se na obrigação de ocultar os volumes mais raros de suas respectivas bibliotecas. Bibliotecas mais escondem do que mostram. Há depósitos ou estantes secretas vedadas aos visitantes. São as melhores – e, graças às bibliotecárias, você jamais chegará a elas.”
Minha visão simplista aponta que poderia ser evitada uma afirmação ligada a categoria profissional, continuando sua afirmativa ele insere ao sentimento bibliotecário obrigações advindas de sua visão particular no que diz respeito à ocultação sem ao menos pesquisar sobre políticas de acondicionamento e manuseio de obras raras, e por fim, sem saber o modus operandi de uma biblioteca afirma sermos os responsáveis pela reclusão do conhecimento, mesmo sabendo-se que em qualquer instituição existe uma estrutura hierárquica e uma politica institucional.
“E pensei: perto de uma lan house imunda como aquela, as poeirentas bibliotecas públicas lembram santuários abandonados. Não espanta que as prefeituras de quase todas as cidades do Brasil queiram fechá-las. Daqui a pouco a venerável Biblioteca Nacional vai migrar inteira para o mundo on line, e proibir a entrada de leitores de livros em papel, os antigos livros reais. Será vetado o ingresso no recinto de leitores em carne e osso, gente atrasada que vive em busca de livros de papel. Tudo estará apenas “disponibilizado” (que verbo ridículo) pelas bases de dados via internet.”
Nesta parte mais um pouco de sua visão particular sobre as prefeituras fecharem as bibliotecas, porém vejo em algumas uma total reestruturação no que diz respeito as mesmas, não podemos generalizar, principalmente do ponto de vista político inserido nessas cidades. Perguntei-me depois, terá o autor o conhecimento necessário para afirmar sobre a migração do acervo da Biblioteca Nacional e que a mesma proibirá a entrada de leitores em busca de acervo físico? De forma ditatorial diz sobre o veto ao ingresso de leitores de carne e osso? Será que os acervos eletrônicos (virtuais) extinguiram o físico? (nesta última nem ao menos quis ser leviano em remeter algum comentário, sendo a escrita um objeto que transcende a história).
Por outro lado diz um comentário que em uma coluna é normal que se publique uma visão particular do autor, não vejo um crime do Sr. Giron, apenas um texto com generalizações baseadas em uma experiência não satisfatória aos anseios do mesmo. A palavra tem mesmo o poder, visto que sua contextualização pode gerar diversos sentimentos (esses devem ser respeitados, não importa a forma, pois é uma manifestação individual de uma visão particular), poderia aqui inserir um texto de reaplicação do ideal do Sr. Giron, mas não é cabível, não tem como corrigir uma visão individual, o que posso dizer apenas é que se as palavras fossem melhores trabalhadas poderia ter o impacto que o autor quis inserir (de acordo com suas manifestações em redes sociais) no que diz respeito a um “grito de socorro das bibliotecas públicas”.
Agora em relação ao seu texto, quero parabenizá-lo por sua postura, enfim uma adequada argumentação de alguém com fluência em meios de comunicação, como você mesmo disse o Sr. Giron me parece viver de polômicas e egocentrismo, pois querer determinar adjetivos a carreira de Chico Buarque foi no mínimo infeliz, pois há de se separar a pessoa do profissional (pelo menos tento essa alternativa ao julgar uma pessoa pública).
Portanto agradeço por seu texto, este sim pode ser considerado um “grito de socorro as bibliotecas”, pois é muito mais fácil apontar somente os erros (mesmo sem parâmetro de observação), difícil é ponderar no paralelo de erros e acertos como fez em seu texto.
Um grande abraço e continuemos em nossa luta em busca de melhores políticas para o Livro no Brasil.
Enquanto o Brasil confundir preservação com restrição teremos esse problema de disseminação da informação. A informação contida no livro é muito mais importante do que os estado dos mesmos.
Essa cultura do preservas obras intactas, adotadas por diversas bibliotecas e lares, acaba fazendo com que crianças criem antipatia em relação às obras; afinal, tais livros são como porcelana: “você não vai querer estragar a capa do livro que seu pai gosta tanto!” E um adulto dificilmente desenvolverá apreço pela leitura. É preciso cativar as crianças.
Digitalizar o conteúdo das obras não fará com que “o papel deixe de existir”, como tantas editoras temem.
Acabei fugindo do tópico das bibliotecas, mas gostei muito do texto.
Xará,
A nova lei do Livro prevê a existências de bibliotecas “patrimoniais” e bibliotecas públicas. As duas têm que existir. A Biblioteca Nacional e outras do mesmo tipo existem para preservar. Mas as bibliotecas públicas devem entender que livro é de papel e que se cinquenta pessoas lerem um livro, este se despedaça. Na legislação antiga havia a categorização de todos os livros de todas as bibliotecas como “ativos permanentes”, o que induzia à essa tendência patrimonialista e de conservação. Mas essa situação legal não exisste mais. E o que estamos falando aqui é que as bibliotecas estão com seus acervos completamente desatualizados.
Certo.
Novamente, excelente artigo!
Eu tenho uma amiga que é voluntária na biblioteca de Jacksonville, na Florida. Há pouco tempo ela esteve no Rio de Janeiro e uma de suas tarefas era comprar livros de literatura infantil para uma seção de livros brasileiros que eles estavam criando em Jacksonville. Me propus a ajudá-la e, apesar do orçamento limitado, conseguimos comprar algumas dezenas de livros importantes. Me lembro, na época, ter sugerido adquirir alguns livros seminovos em sebos, para poupar custos e assim aumentar a quantidade de livros oferecidos pela biblioteca. Minha amiga me disse que não poderia levar livros com capas amassadas, amarelados ou riscados e acabou comprando somente livros novos.
Segundo ela, a biblioteca doa os livros mais “acabadinhos” e renova sempre o estoque. Pena que aqui não é assim.