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Um mercado opaco

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Tomei a iniciativa de escrever a coluna no PublishNews e o blog Oxisdoproblema pensando no público bem focado, e restrito, dos interessados no mercado editorial. Fico muito satisfeito, como sempre dizem os colunistas, com minha meia dúzia de leitores (ou um pouco mais, na média, tá bem…).

Qual minha surpresa, portanto, quando a coluna que publiquei na última quinta-feira, Literatura brasileira no exterior: problema dos editores? teve cinquenta vezes mais acessos que a média do blog, e foi replicada em muitos sites, no Facebook e no Tweeter. O Google Analytics – ferramenta de análise dos acessos – registrou uma dispersão muito grande em suas origens, com países em que eu jamais pensaria encontrar algum leitor. Entre os que comentaram ou replicaram nas redes sociais, pelo que pude perceber, havia uma substancial parcela de escritores.

Parece que o post mexeu com preocupações e sensibilidades das pessoas sobre a posição da literatura brasileira no exterior, sobre as dificuldades e os causantes da situação.

Como disse naquele post, meu interesse pelas políticas para o livro e leitura nasceu quando me fiz a pergunta, quando era sócio da Marco Zero, sobre a razão pela qual nossos ótimos livros não vendiam o que esperávamos. Como sabem os cientistas sociais, o funcionamento das sociedades é sempre opaco.
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Consolidação de logística nos EUA

A imprensa noticiou hoje que a HarperCollins construiu um acordo com a R.R. Donnley para que a gráfica sirva também como centro de distribuição e logística para todos seus selos editoriais. A HC fechará o centro de distribuição de seu selo Thomas Nelson, em Nashville, e deixará também de usar outros centros de distribuição. O grupo editorial administrará os serviços para consumidores, administração de crédito, cobrança, IT e, obviamente, a administração de vendas.

Essa movimentação de vendas faz avançar nos EUA a consolidação e integração dos processos de impressão e distribuição. A Ingram, que é a maior distribuidora dos EUA, também oferece um serviço de printing-on-demand que abastece muitas editoras e está bem integrado com os sistemas da Amazon, como já mencionei em outro post.

Esse processo de consolidação, cada vez mais acelerado nos EUA, acontece também na Europa. Para citar um exemplo, o grupo Hachette atua fortemente nos serviços de logística e distribuição não apenas para os selos do grupo, mas também para terceiros. Seu gigantesco centro de distribuição em Maurepas, nos subúrbios de Paris, atende a cerca de oitenta editoras francesas. A Hachette também concluiu um acordo com a Lighting Source, o braço de POD da Ingram, para a impressão sob demanda. O grupo francês também atua na distribuição de livros na Austrália, Reino Unido e Espanha.

Os problemas de logística assumem papel cada vez mais relevante nos procedimentos do mercado editorial internacional, e quase sempre estão unidos com serviços de impressão sob demanda. Aqui no Brasil é que se insiste em mandar caminhões todos os dias para o Nordeste e para o Sul, e cargas aéreas para o Norte, encarecendo sobremaneira a operação das editoras, distribuidoras e livrarias. Até que todos sejam forçados a aprender…

Logística em pauta. Fedex aumenta participação no Brasil

O Estadão do dia 30 de julho publicou uma matéria no Caderno Negócios que me chamou atenção. Na página 3 estava lá: “A FedEx depois da aquisição”. A matéria dava conta de que a empresa norteamericana havia adquirido o controle completo do Rapidão Cometa, uma das maiores transportadoras e operadoras de logística do país, mudando de patamar na sua atuação no Brasil, inclusive no número de funcionários (de 600 para 9,6 mil).

A matéria relata que, nos úiltimos anos, a FedEx desenvolveu uma estratégia de ocupar maiores espaços nos mercados locais, em países como a China, Índia, México, França e no Brasil. Juan Cento, presidente da divisão da empresa para América Latina e Caribe, declara que “depois de dominar o transporte internacional, a aposta é crescer nos mercados domésticos, o que tem sido feito por meio de aquisições”.

O Rapidão Cometa faturou mais de um bilhão de reais ano passado, atuando no transporte de carga fracionada (um mesmo veículo leva encomenda de vários clientes para diferentes pontos de entrega). O processo de integração das duas empresas deve durar entre um ano e meio e dois anos. A chave do processo é manter a família proprietária do Rapidão no comando da empresa brasileira e desenvolver e integrar os processos e métodos que a FedEx construiu como uma das maiores transportadoras do gênero nos Estados Unidos.

E o que isso tem a ver com o livro?
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