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Waterstones: os problemas dos ingleses são parecidos com os nossos?

Waterstones é a principal cadeia de livrarias do Reino Unido, fundada em 1981. As lojas (aproximadamente trezentas) estão basicamente localizadas em ruas de comércio, com algumas lojas de grande porte em cidades importantes – alega que a loja londrina de Piccadilly é a maior livraria da Europa – e em universidades. A cadeia é propriedade de um magnata russo, Alexander Mamut, de quem o atual diretor geral, James Daunt, diz que é “um filantropo intelectual” e ao mesmo tempo um oligarca proprietário de iates.

James Daunt, o atual executivo, veio de uma família de diplomatas e era proprietário de uma mini cadeia de livrarias, a Daunt Books, com seis lojas e cuja característica principal é servir a uma clientela rica e sofisticada em alguns dos bairros mais chiques de Londres. Há sei meses foi contratado pelo Mamut para dirigir a grande cadeia e aceitou o desafio sem vender suas lojas.
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EDITORAS PÚBLICAS – MODELO POSSÍVEL, DEBATE ATUAL

Há alguns anos, no meio do processo de transformação de uma empresa gráfica estatal em editora, sem ser solicitado e por conta própria, pensei em quais deveriam ser as características importantes de editoras públicas.

Existe uma discussão permanente sobre o papel das editoras universitárias e das editoras que, de algum modo, estão vinculadas a instituições públicas. Essa vinculação pode se dar de diferentes modos, mas, como regra geral, implicam no financiamento – total ou parcial – das atividades dessas empresas com recursos públicos.

A presença de recursos públicos em uma editora que, em tese, publique para o mercado em geral, suscita várias questões. Na época, tentei expressar algumas dessas questões no texto cujos extratos estão a seguir.
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Ritmo de expansão dos e-books: aqui será como lá?

Recente artigo publicado por Philip Jones, no site The Bookseller comentou os dados divulgados pela Hachette sobre o mercado de e-books no Reino Unido. Segundo Jones, a editora anunciou vendas de e-books no valor de £ 21 milhões e que isso equivalia a uma participação de 20% no total do mercado de e-books no Reino Unido ano passado, e que tivera um incremento de 500% sobre suas próprias vendas entre 2010 e 2011. A Hachette não explicitou se esse número equivalia ao preço faturado ou preço de mercado (o preço faturado, obviamente, é o líquido recebido pela editora, depois dos descontos aos distribuidores e livrarias).
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Poliglota versus Tradutor: diferentes abordagens do Multilinguismo


Há algumas semanas li, no New York Times Book Review, a resenha desse livro, que achei muito interessante. Hoje, o autor publicou um artigo na newsletter Publishing Perspectives. Tomei a liberdade de escrever ao Ed Nawotka, editor da newsletter, para traduzir e publicar aqui o artigo, que compartilho com vocês.

Poliglota versus Tradutor: diferentes abordagens do Multilinguismo

Michael Erard

O tradutor e o poliglota assumem posições bem distintas diante do fato de que todos os seres humanos não falam a mesma língua. O tradutor está no negócio da transposição, levando significados de um lado para o outro das barreiras linguísticas, para benefício daqueles mais linguisticamente enraizados. O poliglota, por outro lado, vai sozinho, raramente retraça seus passos, e não leva nada para ninguém. O tradutor pilota uma balsa de transporte. O poliglota é como Marco Polo.
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Será a Amazon mesmo uma empresa “Consumer Centric”?

Mentirinha....

As disputas entre a Amazon e a Apple pelos “corações e mentes” dos consumidores são intensas. As duas empresas têm, entretanto, uma característica comum: a extrema opacidade na divulgação dos dados. Até hoje, por exemplo, ninguém sabe com certeza a quantidade dos respectivos aparelhos vendidos por uma e outra. Os números do Kindle e do iPad são quase segredos de Estado.
A Apple virou religião para alguns de seus clientes, para os quais tudo que a empresa faz tem um toque divino. E a Amazon se gaba do atendimento ao consumidor, e do êxito de seus programas de fidelização.

A Amazon faz questão de se anunciar como uma empresa “consumer centric”. Ou, no vulgar, centrada no consumidor. E é verdade que, na maioria das vezes, o atendimento segue um processamento impecável. Os livros chegam no Kindle em segundos e, até hoje, nunca perdi algo físico comprado na Amazon.

Mas, recentemente, uma experiência pessoal me deixou com as orelhas em pé e revelou um lado arrogante da gigante de Seattle.
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Entrevista para matéria na Carta Capital – 3


A seguir a terceira e última parte das respostas por escrito que dei ao repórter Lucas Callegari, da Carta Capital para matéria que foi publicada na última edição da revista. Devido a extensão das respostas, estas obviamente não poderia ser usadas integralmente na revista.

– Como está a evolução do segmento de livros digitais no Brasil, quais as perspectivas? Em que estágio está o País em comparação com Europa e Estados Unidos?

É preciso esclarecer algumas coisas. Os livros digitais já são usados há muito tempo. Hoje, praticamente todas as revistas técnico-científicas só existem em versões digitais. Tanto o CNPq quanto a FAPESP, por exemplo, tem dispêndios enormes com a assinatura dessas publicações para as universidades. E a “Biblioteca Virtual”, liderada pela Pearson também indica que as universidades particulares estão indo pelo mesmo caminho, e ampliando o uso do livro texto eletrônico, além das revistas.
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Entrevista para matéria na Carta Capital – 2


Continuação do texto completo da entrevista que dei, por escrito, ao repórter Lucas Callegari, da Carta Capital. A entrevista ajudou na redação da matéria, mas por sua extensão não podia, evidentemente, ser usada integralmente pela revista. Por isso, continuo aqui a transcrevê-la:

– Alguns atores do setor são a favor da adoção de um preço fixo para livros lançados no mercado. Qual a sua opinião?

O “preço fixo” na verdade é a limitação de descontos dados pelas grandes cadeias de livrarias, permitindo que as livrarias independentes possam competir em serviço e na oferta mais ampla de títulos. Já foi um sistema mais amplamente usado na Europa. Continua em vigor na França e na Alemanha, mas foi abandonado no Reino Unido e sofre ataques constantes por parte da Comissão Europeia.
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Entrevista para matéria na Carta Capital


Esta semana na Carta Capital, o repórter Lucas Callegari publica uma matéria interessante sobre a indústria editorial e as livrarias.
Lucas me enviou uma série de perguntas, que respondi por escrito.
Evidentemente essas são grandes demais para uma revista, e por isso vou publicá-las aqui, em vários posts.

– O que significa para o mercado brasileiro a entrada da Penguin no capital da Companhia das Letras? Este negócio pode ser visto como parte de movimento dentro do setor levando a uma maior concentração? Reforça a tendência maior presença das empresas estrangeiras adquirindo brasileiras? O que o mercado brasileiro tem de atrativo que pode ter motivado o negócio?

Não se conhecem os detalhes do negócio. Uma parte do investimento da Penguin foi a compra da participação de sócios minoritários, do responsável pelas finanças da empresa e de duas editoras da casa. Mas não sabemos se houve um aumento do capital, com a consequente redistribuição de cotas, ou se os ingleses compraram partes dos demais sócios. Nesse sentido não dá para saber se essa movimentação leva a uma “concentração” no setor dos livros gerais. Certamente abre portas estratégicas para a Companhia das Letras, que passa a fazer parte de um grupo com articulações internacionais do qual já fazem parte outras editoras.
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Petição pública contra o fechamento da Livraria Camões no Rio de Janeiro

Amigos(as),

Acabei de ler e assinar este abaixo-assinado online: «Contra o fechamento da Livraria Camões»

http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=camoes

Pessoalmente, concordo com este abaixo-assinado e acho que você também pode concordar.

Assine o abaixo-assinado e divulgue para seus contatos.

Obrigado,
Felipe José Lindoso
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