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“França de Vichy”, lamentos e dúvidas britânicos sobre o acordo da Waterstones com a Amazon

O contexto é muito diferente do brasileiro, mas o artigo abaixo transcrito, escrito para a Publishing Perspectives por Roger Tagholm, que é um jornalista do The Guardian londrino, especializado no mercado editorial, mostra as dificuldades enfrentadas pelas cadeias de livrarias e livreiros independentes quando se veem forçados a enfrentar a presença da Amazon. A gigante norte-americana de e-commerce de livros físicos e eletrônicos fechou mês passado um acordo com a Waterstones para se tornar fornecedora de conteúdo para essa cadeia, que passaria a vender o Kindle em suas lojas, recebendo uma comissão.

O que poderá acontecer com as cadeias de livrarias brasileiras – e com os livreiros independentes – quando a Amazon iniciar suas operações no Brasil, principalmente se cumprir a anunciada promessa de vender o leitor de livros eletrônicos por menos de R$ 200,00?

Leiam as observações de Tagholm abaixo. O artigo original está aqui em inglês.

Porque o negócio da Waterstones com a Amazon é “Como a França de Vichy”

Roger Tagholm – Publishing Perspectives

Mês passado, James Daunt, Diretor Executivo da Waterstones, chocou o mundo ao anunciar um acordo com a Amazon, segundo o qual a empresa passaria a vender e-books para os clientes da livraria. Mas não foi rangendo os dentes que ele fechou o negócio surpresa de vender o Kindle, como algumas pessoas sugeriram – ele o fez “depois que todos seus dentes foram arrancados”. Essa é a opinião de um importante editor britânico, expressada enquanto a indústria editorial do Reino Unido continua a digerir os escassos detalhes sobre o segredo mais bem guardado desde que a Berstelmann comprou a Random House, em 1998.
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Waterstones: os problemas dos ingleses são parecidos com os nossos?

Waterstones é a principal cadeia de livrarias do Reino Unido, fundada em 1981. As lojas (aproximadamente trezentas) estão basicamente localizadas em ruas de comércio, com algumas lojas de grande porte em cidades importantes – alega que a loja londrina de Piccadilly é a maior livraria da Europa – e em universidades. A cadeia é propriedade de um magnata russo, Alexander Mamut, de quem o atual diretor geral, James Daunt, diz que é “um filantropo intelectual” e ao mesmo tempo um oligarca proprietário de iates.

James Daunt, o atual executivo, veio de uma família de diplomatas e era proprietário de uma mini cadeia de livrarias, a Daunt Books, com seis lojas e cuja característica principal é servir a uma clientela rica e sofisticada em alguns dos bairros mais chiques de Londres. Há sei meses foi contratado pelo Mamut para dirigir a grande cadeia e aceitou o desafio sem vender suas lojas.
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