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Penguin (USA) adere à Expresso Book Machine

Em 19 de setembro do ano passado publiquei um post sobre a Espresso Book Machine, uma máquina que produz, em cinco minutos, um exemplar dos títulos que estiverem em seu arquivo.

O site Publishers Lunch Deluxe (link para assinantes) publica hoje notícia de que a Penguin está disponibilizando seu catálogo para a máquina de fazer livros.

O Vice-Presidente Excecutivo de operações de negócios da Penguin, Doug Whiteman, fez o anúncio dizendo que a empresa “sempre busca novas maneiras de levar nossos escritores para os leitores, e os livros sob demanda nos proporciona outro canal para melhorar ainda mais essa missão. Agradecemos pela oportunidade de ampliar o modo como servimos os livreiros, nossos autores e leitores”.

No post original eu havia assinalado que uma das deficiências da Espresso Book Machine, na ocasião, era ainda a ausência dos títulos das editoras importantes, embora os autores independentes fizessem bom uso do sistema.

Agora, com a adesão da Penguin (e a Random House seguirá, com certeza), o panorama começa a mudar. Não sei se os livros da Companhia das Letras vão aparecer por lá…

Infelizmente o e-mail que mandei para os fabricantes da Espresso Book Machine sobre suas intenções a respeito do Brasil continua sem resposta.

Livreiros inteligentes e espertos, à ação…

Autopublicação: campo de teste de prova das editoras?

Semana passada escrevi um post sobre a impressão digital sob demanda (POD), no qual assinalava que um dos principais usos dessa ferramente estava sendo feito pelas empresas de autopublicação. São empresas como lulu.com nos EUA e Scortecci, Clube de Autores e PerSe no Brasil, dentre outras.

No decorrer da semana deparei com matéria publicada no site Digital Book World, assinada por Jeremy Greenfeld, diretor editorial do site, que informava sobre a aquisição, pela Penguin, de uma plataforma de autopublicação, a Author Solutions por 116 milhões de dólares. O curioso é que a Penguin já tem uma plataforma de autopublicação, chamada Book Country o que, aliás, não foi mencionado pela Penguin no comunicado de lançamento.
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Barnes & Noble quer que tribunal rejeite acordo de três editoras com o Departamento de Justiça

A cadeia de livrarias Barnes & Noble, que comercializa o Nook, leitor de e-books que concorre com o Kindle, da Amazon, peticionou ao juiz da ação do Departamento (ministério) da Justiça dos EUA para que o acordo proposto e aceito por três das editoras acionadas (HarperCollins, Hachette e Simon&Schuster) seja declarado inválido. A notícia foi publicada na newsletter da revista Publisher’s Weekly, que acompanha o mercado editorial americano.

A varejista alega que o acordo imposto pelo Departamento de Justiça e aceito pelas três editoras estabelece uma regulamentação do mercado – e não protege a “livre iniciativa” – em detrimento dos seus interesses e das livrarias independentes e dos autores. Seis empresas foram processadas pelo Departamento de Justiça americano, as três citadas e a Macmillam, a Penguin e a própria Apple, que contestaram a ação e não aceitaram a proposta de acordo.

A argumentação da Barnes & Noble, que entrou no processo como parte indiretamente interessada, reforça a argumentação das editoras que contestaram a ação e da Apple, no sentido de que, se aceita a argumentação do governo, isso favoreceria a criação de um monopólio no comércio de e-books nos EUA, beneficiando a Amazon.

Esse caso ainda vai render muito.

Editoras contestam ação do Departamento de Justiça dos EUA: “O governo favorece a monopolista”

As editoras que não aceitaram fazer acordo depois que o Departamento de Justiça dos EUA processou cinco delas e mais a Apple de conspirar para controlar os preços dos e-books contestaram a ação. Algumas delas usaram termos bem candentes, acusando mesmo o Departamento de Justiça de favorecer o monopólio da Amazon. Leia aqui a matéria da Publisher’s Weekly com a contestação oferecida pela Macmillam e pela Penguin. Muito ilustrativa.

Entrevista para matéria na Carta Capital


Esta semana na Carta Capital, o repórter Lucas Callegari publica uma matéria interessante sobre a indústria editorial e as livrarias.
Lucas me enviou uma série de perguntas, que respondi por escrito.
Evidentemente essas são grandes demais para uma revista, e por isso vou publicá-las aqui, em vários posts.

– O que significa para o mercado brasileiro a entrada da Penguin no capital da Companhia das Letras? Este negócio pode ser visto como parte de movimento dentro do setor levando a uma maior concentração? Reforça a tendência maior presença das empresas estrangeiras adquirindo brasileiras? O que o mercado brasileiro tem de atrativo que pode ter motivado o negócio?

Não se conhecem os detalhes do negócio. Uma parte do investimento da Penguin foi a compra da participação de sócios minoritários, do responsável pelas finanças da empresa e de duas editoras da casa. Mas não sabemos se houve um aumento do capital, com a consequente redistribuição de cotas, ou se os ingleses compraram partes dos demais sócios. Nesse sentido não dá para saber se essa movimentação leva a uma “concentração” no setor dos livros gerais. Certamente abre portas estratégicas para a Companhia das Letras, que passa a fazer parte de um grupo com articulações internacionais do qual já fazem parte outras editoras.
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