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O MUNDO GIRA

Duas notícias sacudiram o mercado editorial brasileiro nos últimos dias.
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A mais importante, no meu entender, foi o convênio entre o MEC e a Amazon para que essa última converta e coloque o conteúdo digital na plataforma Kindle de mais de 200 livros didáticos. O acordo não é exclusivo, de modo que, em tese, outras empresas podem fazer o mesmo trabalho. De qualquer maneira, essa conversão e distribuição saem gratuitas para o MEC.

A segunda notícia foi a venda, pela PRISA espanhola, de todos os selos não didáticos da Santillana para a Penguin Random House, a gigante que resultou da fusão de negócios entre a Pearson inglesa e a Bertelsmann alemã. Assim, todos os selos da Santillana no Brasil, inclusive a Objetiva (Roberto Feith vendeu sua participação minoritária para os novos donos). Mas o negócio não inclui somente o Brasil. São todos os selos da Santillana na Espanha e no resto do mundo.

Primeiro, o caso MEC/Amazon.
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Entrevista para matéria na Carta Capital


Esta semana na Carta Capital, o repórter Lucas Callegari publica uma matéria interessante sobre a indústria editorial e as livrarias.
Lucas me enviou uma série de perguntas, que respondi por escrito.
Evidentemente essas são grandes demais para uma revista, e por isso vou publicá-las aqui, em vários posts.

– O que significa para o mercado brasileiro a entrada da Penguin no capital da Companhia das Letras? Este negócio pode ser visto como parte de movimento dentro do setor levando a uma maior concentração? Reforça a tendência maior presença das empresas estrangeiras adquirindo brasileiras? O que o mercado brasileiro tem de atrativo que pode ter motivado o negócio?

Não se conhecem os detalhes do negócio. Uma parte do investimento da Penguin foi a compra da participação de sócios minoritários, do responsável pelas finanças da empresa e de duas editoras da casa. Mas não sabemos se houve um aumento do capital, com a consequente redistribuição de cotas, ou se os ingleses compraram partes dos demais sócios. Nesse sentido não dá para saber se essa movimentação leva a uma “concentração” no setor dos livros gerais. Certamente abre portas estratégicas para a Companhia das Letras, que passa a fazer parte de um grupo com articulações internacionais do qual já fazem parte outras editoras.
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