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EDIÇÃO DIGITAL – OUTROS LADOS DE VÁRIAS MOEDAS

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Normalmente se associa a questão da edição digital aos e-books e e-readers. Mas a coisa não é tão simples. Já mencionei que o uso de formatos digitais pelas editoras do segmento técnico-científico está próxima de comemorar seu vigésimo aniversário.

Mas o mundo digital afeta o mundo editorial não apenas dessa forma. Na área dos tradicionais livros impressos, os processos gráficos passaram, nos últimos anos, por transformações igualmente grandes e significativas. Aliás, as transformações técnicas dos processos de impressão têm impactos diretos na quantidade e na qualidade dos livros tradicionais ofertados. A mais recente dessas transformações é a da impressão digital.

A eletrofotografia (reprodução por meios eletrostáticos de um original, foto ou texto), desenvolvida pela Xerox no final nos anos 1950, foi onde a coisa começou. Anos depois a Xerox fundou o PARC – Palo Alto Research Center, matriz de inúmeras inovações tecnológicas na área da reprodução (impressoras a jato de tinta e laser), e dos computadores pessoais.

A chamada “xerografia”, como ficou popularmente conhecida, com máquinas cada vez mais complexas, desembocou, nos anos 1990, na DocuTech, uma máquina apresentada como a primeira “fábrica de livros”, que imprimia página por página um original, compaginava e apresentava na ponta o miolo do livro, pronto para ser encadernado. A DocuTech foi o primeiro sistema integrado de impressão sob demanda.
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Entrevista para matéria na Carta Capital


Esta semana na Carta Capital, o repórter Lucas Callegari publica uma matéria interessante sobre a indústria editorial e as livrarias.
Lucas me enviou uma série de perguntas, que respondi por escrito.
Evidentemente essas são grandes demais para uma revista, e por isso vou publicá-las aqui, em vários posts.

– O que significa para o mercado brasileiro a entrada da Penguin no capital da Companhia das Letras? Este negócio pode ser visto como parte de movimento dentro do setor levando a uma maior concentração? Reforça a tendência maior presença das empresas estrangeiras adquirindo brasileiras? O que o mercado brasileiro tem de atrativo que pode ter motivado o negócio?

Não se conhecem os detalhes do negócio. Uma parte do investimento da Penguin foi a compra da participação de sócios minoritários, do responsável pelas finanças da empresa e de duas editoras da casa. Mas não sabemos se houve um aumento do capital, com a consequente redistribuição de cotas, ou se os ingleses compraram partes dos demais sócios. Nesse sentido não dá para saber se essa movimentação leva a uma “concentração” no setor dos livros gerais. Certamente abre portas estratégicas para a Companhia das Letras, que passa a fazer parte de um grupo com articulações internacionais do qual já fazem parte outras editoras.
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