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Políticas públicas – continuidade, avaliação e coragem para mudar

Participei de uma mesa na 22ª. Convenção de Livrarias, sobre políticas públicas para o livro e leitura. Estava com a prof. Antonieta Cunha, que é a Diretora de Livro e Leitura da FBN, Tuchaua Rodrigues e Gerson Ramos, que se ocupam do programa do Livro Popular e da Livraria Popular, da Biblioteca Nacional. Presto uma consultoria ao programa, mas não ocupo nele nenhuma posição executiva.

O Programa do Livro Popular, que mudou o paradigma de compras de acervos para bibliotecas públicas, abrindo espaço para que as própias bibliotecas escolham o que desejam e recebam os recursos para adquirir os acervos através das redes de livrarias, já apresenta números muito interessantes, e a Ministra da Cultura, Ana de Holanda, e o Presidente da FBN, Galeno Amorim, anunciarão nesta quinta-feira, dia 9, na Bienal do Livro de S. Paulo, sua segunda etapa.

Como todo programa inovador, que rompe com paradigmas anteriores, o Programa do Livro Popular, ou livro de baixo custo, apresentou vários problemas em sua execução. Era inevitável. É impossível prever todas as contingências. O importante é manter os canais de comunicação abertos, avaliar o desempenho a cada momento e corrigir os rumos. Isso está sendo feito e a resposta de bibliotecas e livrarias é muito boa.

Mas não falei especificamente sobre o assunto naquela mesa. Outro dia comentarei os números e o desempenho do programa.

O que tentei abordar na minha intervenção foram algumas características de políticas públicas que dessem à plateia de livreiros e editores um marco em torno do qual pudesse ser feita uma discussão produtiva sobre o tema.
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BIENAL DO LIVRO DE SÃO PAULO 2012 – DE ONDE VEIO, PARA ONDE VAI?

Inaugura-se esta semana mais uma Bienal Internacional do Livro de S. Paulo, no Pavilhão do Anhembi. Participo das Bienais do Livro desde os anos 1980, como visitante, expositor e, a certas alturas, como membro da organização. Desde 2004 voltei a ser apenas visitante.

Como a Bienal do Livro é um evento de grande importância, quero aproveitar a oportunidade para comentar alguns dos problemas, sintomas que vêm sendo sentidos desde pelo menos o início do século XXI. E que, aparentemente, vêm se agravando.
Este ano já se podem fazer algumas constatações. Desistências de participações – algumas simbólicas e outras de peso –, uma programação divulgada com atraso e sem nomes internacionais de peso, reclamações sobre o preço dos estandes (raíz de algumas desistências). Por outro lado, a CBL, detentora da Bienal e a Reed Exhibitions Alcântara Machado, a organizadora, informam que a área do evento aumentou e que o aumento real no custo do metro quadrado de estandes foi “apenas” 6,81 %, considerando-se os aumentos havidos de 2008 a 2012. Na época da inflação esse era um índice baixo. Hoje…

Mas, antes de comentar isso, volvemos à origens.
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Logística em pauta. Fedex aumenta participação no Brasil

O Estadão do dia 30 de julho publicou uma matéria no Caderno Negócios que me chamou atenção. Na página 3 estava lá: “A FedEx depois da aquisição”. A matéria dava conta de que a empresa norteamericana havia adquirido o controle completo do Rapidão Cometa, uma das maiores transportadoras e operadoras de logística do país, mudando de patamar na sua atuação no Brasil, inclusive no número de funcionários (de 600 para 9,6 mil).

A matéria relata que, nos úiltimos anos, a FedEx desenvolveu uma estratégia de ocupar maiores espaços nos mercados locais, em países como a China, Índia, México, França e no Brasil. Juan Cento, presidente da divisão da empresa para América Latina e Caribe, declara que “depois de dominar o transporte internacional, a aposta é crescer nos mercados domésticos, o que tem sido feito por meio de aquisições”.

O Rapidão Cometa faturou mais de um bilhão de reais ano passado, atuando no transporte de carga fracionada (um mesmo veículo leva encomenda de vários clientes para diferentes pontos de entrega). O processo de integração das duas empresas deve durar entre um ano e meio e dois anos. A chave do processo é manter a família proprietária do Rapidão no comando da empresa brasileira e desenvolver e integrar os processos e métodos que a FedEx construiu como uma das maiores transportadoras do gênero nos Estados Unidos.

E o que isso tem a ver com o livro?
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Autopublicação: campo de teste de prova das editoras?

Semana passada escrevi um post sobre a impressão digital sob demanda (POD), no qual assinalava que um dos principais usos dessa ferramente estava sendo feito pelas empresas de autopublicação. São empresas como lulu.com nos EUA e Scortecci, Clube de Autores e PerSe no Brasil, dentre outras.

No decorrer da semana deparei com matéria publicada no site Digital Book World, assinada por Jeremy Greenfeld, diretor editorial do site, que informava sobre a aquisição, pela Penguin, de uma plataforma de autopublicação, a Author Solutions por 116 milhões de dólares. O curioso é que a Penguin já tem uma plataforma de autopublicação, chamada Book Country o que, aliás, não foi mencionado pela Penguin no comunicado de lançamento.
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As vendas de livros nos EUA – os dados do ano, sem embromações

A Publisher’s Weekly noticiou ontem as informações gerais sobre o desempenho do mercado editorial nos EUA. Conforme o interesse de quem reproduziu a notícia por aqui, variou a ênfase sobre os diferentes pontos da notícia.

Da minha parte, assinalo em primeiro lugar o seguinte: a manchete anunciava uma queda de 2,5% em 2011. Mas, queda do quê? Do faturamento.

No entanto, ainda no primeiro parágrafo, é anunciado um aumento do número de exemplares vendidos, de 3,4%, “com a discrepância devido a vendas mais elevadas de e-books de preço baixo”.

Uma diferença fundamental no modo de divulgar os dados de produção editorial aqui e lá. Aqui, mais uma vez, deu-se ênfase no mito embromatório do “preço médio”, em queda quase vertiginosa. Lá, simplesmente se assinala que houve aumento dos exemplares vendidos e se indica simplesmente a razão da queda no faturamento: e-books mais baratos.

Nada de “preço médio” e embromações semelhantes.

Já escrevi sobre essa falácia do preço médio e não voltarei mais ao assunto. Quem quiser saber do meu raciocínio pode ler o post “Preço médio “ dos livros: uma ficção aritmética.

Mas, voltando aos EUA e à notícia da PW.

A revista assinala que o ponto mais importante a ser destacado foi o incremento da venda de e-books. No segmento de livros gerais, “trade” no linguajar de lá, as vendas de e-books aumentaram de 2,7 bilhão de dólares em 2011, enquanto em 2010 havia sido de 860 milhões de dólares. Um aumento de 210%, que representa ademais um aumento de 15% no total das vendas do segmento.

Em exemplares vedidos, as vendas de e-books na ficção para adultos já representa 30% de todas as vendas, fazendo dos e-books o formato que mais vende no segmento, deixando atrás os hardovers, “trade paperback” e “mass market paperback”.

O segmento de maior crescimento no ano foi o da literatura infantil e juvenil, no qual as vendas aumentaram 12% em relação ao ano anterior.

O aumento no comércio de e-books se reflete obviamente no local onde as pessoas compram livro. Os varejistas on-line tiveram um aumento de 35% em suas vendas, enquanto as livrarias tradicionais (incluindo as redes), caíram em 12,6%.

Outro dado importantíssimo é o das vendas “institucionais” – bibliotecas, empresas, governo e escolas -, que alcançaram 20% do total. Note-se que não existe programas governamentais de compra de livros didáticos nos EUA.

O relatório é preparado pela BookStats, a pesquisa anual coordenada pela AAP – Associação dos Editores Americanos, e pelo BISG – Grupo de Estudos da Indústria Editorial. Do total de 27,2 bilhões de dólares nas vendas, mais de 16 bilhões foram coletados diretamente dos editores. O relatório completo pode ser adquirido através da AAP e do BISG.

Esse eu queria poder comprar para comparar com a peça produzida pela FIPE.

Banco Mundial pune Oxford University Press por corrupção

A Publishing Perspectives publicou hoje matéria, assinada por Dennis Abrams, relatando que duas subsidiárias africanas (da propriedade exclusiva da matriz inglesa) da Oxford University Press foram proibidas pelo Banco Mundial de participar de licitações nos programas de aquisição de livros para as escolas. São elas: Oxford University Press East Africa Limited (OUPEA) e a Oxford University Press Tanzania Limited (OUPT).

As acusações de corrupção feitas pelo Banco Mundial incluem o pagamento de propinas a funcionários públicos do Quênia e da Tanzânia. A notícia ademais informa que, como resultado dessa ação do Banco Mundial, as duas editoras também serão excluídas de licitações feitas por outros organismos multinacionais em países africanos.

Como proprietária exclusiva das duas editoras banidas, a Oxford University Press também foi ameaçada com a mesma proibição. Teve que negociar com o Banco Mundial o pagamento de uma multa de US$ 500.000 (quinhentos mil dólares), a serem empregados no financiamento de projetos que lutem contra a corrupção.

Vale a pena alguns comentários.

1. Quem diria! Editoras universitárias de prestígio internacional, afiliadas a uma das mais importantes universidades do mundo serem flagradas comprando funcionários públicos! Se fosse aqui, já dava CPI contra o reitor, o chanceler e se o primeiro-ministro inglês fosse do PT, também entrava na dança, com certeza. Mas como é da direita, lá ele escapa.

2. As editoras inglesas da área universitária – Oxford e Cambridge – têm posição fortíssima no mercado internacional de ensino de idiomas, em particular do inglês, claro. Língua que é a mais usada internacionalmente e que rende muita grana às duas. Mas as editoras inglesas de didáticos continuam com uma posição fortíssima na produção e venda de livros didáticos para as ex-colônias do falecido British Empire. Na maior parte dos casos, esses países seguem currículos e sistemas de ensino remanescentes dos usados na metrópole, o que facilita muitíssimo a ação dessas multinacionais britânicas.

3. A mesma coisa acontece nas ex-colônias do avozinho Portugal. As editoras de didáticos portuguesas têm um quase monopólio do material didático nas ex-colônias, todas atuais membros da CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. São países pobres e as aquisições de material didático são praticamente todas financiadas com recursos da Comunidade Europeia ou do Bando Mundial. Os recursos da Comunidade Europeia são carimbados: só editoras dasmetrópoles podem participar. Mas as verbas do Banco Mundial são objeto de concorrência internacional. As editoras brasileiras nunca se interessaram por isso, acredito que por uma conjunção de fatores: a) teriam que produzir livros de acordo com o currículo e as especificações de ensino daqueles países. Ou seja, teriam que fazer investimentos para adaptar seus produtos às realidades daqueles países; b) O Itamaraty e o MEC nunca visualizaram essas concorrências de livros didáticos como uma oportunidade prática de melhorar a posição do Brasil na CPLP. Por isso, o governo brasileiro jamais pensou em desenvolver um programa de apoio para que essa atuação fosse possível. Afinal, conseguir negócios para as empreiteiras é mais rentável, lá como aqui, ao contrário da educação e da cultura.

Capital Mundial do Livro – alguma cidade brasileira algum dia poderá ser?

Port Harcourt, cidade nigeriana, foi nomeada “Capital Mundial do Livro” pelo comitê de seleção integrado por membros da IPA (International publishers Association); IBF (International Booksellers Federation); IFLA (International Federation of Library Associations and Institutions) e da UNESCO. A atual Capital Mundial do Livro é Bangcoc, na Tailândia. O título é válido entre as duas celebrações do Dia Mundial do Livro e do Direito Autoral, comemorado no dia 23 de abril.

Port Harcourt foi escolhida “devido à qualidade de seu programa, em particular quanto ao foco na juventude, e no impacto que deve ter no desenvolvimento da cultura do livro, da leitura, escrita e edição na Nigéria e seu papel na melhoria dos índices de alfabetização”.

Jans Bemmel, Secretário Geral da IPA, declarou que “o número de candidaturas recebido este ano foi o maior (11), desde que o programa da UNESCO começou em 2001, seguindo uma iniciativa da IPA. Muitas eram muito boas. Nesse contexto, a IPA ficou muito impressionada pela qualidade da candidatura apresentada pela cidade de Port Harcourt: um programa claro, ambicioso e animador que vai para além de 2014, destinado a gerar entusiasmo pelos livros e pela leitura”.

É bom notar que Port Harcourt fazia parte da Biafra, uma guerra terrível que tentou separar a região da Nigéria entre 1967 e 1970. A guerra teve como centro a disputa pelos recursos petrolíferos da região e foi extremamente sangrenta.

Depois de terminada a guerra civil, com a derrota dos separatistas, os recursos provenientes da exploração do petróleo proporcionaram meios para o desenvolvimento econômico da região. Pelo visto, segundo a avaliação dos membros do comitê da “Capital Mundial do Livro”, não apenas o desenvolvimento econômico foi procurado, mas também o desenvolvimento social e cultural, a ponto de permitir essa indicação.

As candidaturas à “Capital Mundial do Livro” são apresentadas à UNESCO e devem incluir ações de caráter permanente e continuado na promoção do livro, da leitura, da edição e defesa dos direitos autorais de modo consistente. A única cidade sul-americana nomeada Capital Mundial do Livro foi Buenos Aires, em 2011.

Sinceramente, preferiria que alguma cidade brasileira se candidatasse a esse posto em vez de ser sede de olimpíadas ou da copa de futebol. Certamente as empreiteiras de grandes obras não ganhariam tanto dinheiro, mas o desenvolvimento cultural e social teria repercussões muito mais importantes e duradouras.

No panorama brasileiro, acredito que a única cidade que poderia apresentar uma candidatura decente a Capital Mundial do Livro seria Passo Fundo, no Rio Grande do Sul. E isso graças ao formidável trabalho desenvolvido a partir da Universidade de Passo Fundo e capitaneado pela Tânia Rösing, e que se centra nas Jornadas Literárias. Um evento de literatura que não se reduz a um mero espetáculo de palestras e encontros de autores famosos – o que também acontece, sim – mas é um trabalho junto ao sistema escolar desenvolvido continuadamente, fazendo que os estudantes leiam, conheçam e discutam os livros de dezenas de autores de todos os gêneros, durante o período anterior à Jornada.

Ou, quem sabe, os famosos recursos do pré-sal permitissem que uma constelação de cidades da costa brasileira pudesse se candidatar coletivamente, apresentando um programa criativo, ambicioso, inovador e eficiente de expansão de bibliotecas, formação de mediadores, incentivo à escrita e à leitura nas escolas e fora delas.

Sonhar não custa nada. Com a palavra a Biblioteca Nacional e o Ministério da Cultura.

ESPAÇOS DA LITERATURA BRASILEIRA: TRANSFORMAÇÕES

Mercado editorial, centros de pesquisa, espaço na imprensa, feiras e festas literárias, leis de incentivo cultural, o papel do escritor e suas relações na sociedade. As relações no âmbito do sistema da literatura brasileira passam por significativas transformações, principalmente desde o final dos anos 1980. O Plano Cruzado, de 1986, com o congelamento dos preços, teve como resultado, naquele ano, um significativo aumento do número de livros vendidos, e pode-se dizer que deslanchou um novo momento para autores, leitores e nossa literatura.

De lá para cá – com altos e baixos – vemos um aumento continuado na produção e vendas de livros, e do número de autores de literatura brasileira lançados. E, se até aquela época, eram raríssimos os autores que viviam exclusivamente do seu labor literário, esse número aumentou muito significativamente nos últimos anos, ainda que não necessariamente através da forma exclusiva de ganhos com direitos autorais.

O “labor literário” hoje inclui o cachê pela participação em feiras e festivais de literaturas, oficinas de criação literária, participação em programas governamentais de circulação de autores, já existentes em vários estados, com a contratação de autores para a elaboração de roteiros, tanto de cinema quanto de televisão, curadorias literárias e consultoria para editoras. Esse panorama dá uma nova feição à vida literária e, principalmente, transforma a relação dos autores com seus leitores. A “vida literária” se profissionaliza para além do trabalho solitário da escritura. Não basta escrever, tem de saber dar entrevistas, falar para auditórios em encontros com escritores, ler suas obras em público ou para a TV etc.
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Conexões Itaú Cultural na FLIP

Participarei semana que vem da FLIP, pela primeira vez.

Será em dois eventos consecutivos do Conexões Itaú Cultural – Mapeamento Internacional da literatura Brasileira, do qual sou um dos curadores.

O Conexões Itaú Cultural – Mapeamento Internacional da Literatura Brasileira, é um programa inédito de levantamento da presença da literatura brasileira no exterior. Desde 2007 o levantamento é feito nas universidades e na área editorial, rastreando estudiosos e pesquisadores e os tradutores de literatura brasileira. Ainda este ano será ampliado para levantar de forma mais abrangente os centros universitários e de pesquisa e as editoras do mundo todo que publicam livros de autores brasileiros.

Segue a programação que será apresentada em Paraty, para a qual estão todos convidados:

Os eventos literários, o papel performático dos escritores e a presença da literatura brasileira são assunto de encontro no Museu do Forte, Paraty

Pelo terceiro ano consecutivo, o Instituto Itaú Cultural marca presença na festa; nesta edição,
em parceria com o Banco Itaú, abre com um encontro com jornalistas e especialistas em literatura no primeiro dia, antes da abertura oficial do evento; a instituição apoia e ajudou a FLIP a idealizar a mesa bônus com Angeli e Laerte, e ainda exibe três filmes da série ICONOCLÁSSICOS

No Museu do Forte, um dos pontos históricos mais bonitos de Paraty, onde raramente há programação da Festa Literária Internacional da Literatura (FLIP), o Itaú-Unibanco, maior patrocinador da festa literária, e o Itaú Cultural realizam o debate Espaços da Literatura Brasileira: Transformações. Trata-se de um encontro de jornalistas com escritores, especialistas em literatura e criadores e produtores de evento literários de todo o país. Marcado para o dia 4 de julho (quarta-feira), a partir das 12h30, o evento é organizado em duas atividades acompanhadas de um brunch.

Os eventos literários no Brasil de hoje

O Boom dos Eventos Literários no Brasil é o tema de abertura do encontro no Museu do Forte no dia 4.Alguns dos principais criadores e realizadores de eventos literários brasileiros se encontram pela primeira vez para conversar com a imprensa sobre o assunto. Afonso Borges, escritor, produtor cultural, curador e criador do fórum Sempre Um Papo, com atuação em mais de 30 cidades do país; Mario Helio Gomes, escritor, jornalista, editor e coordenador de literatura da Festa Literária Internacional de Pernambuco (Fliporto), Mauro Munhoz, diretor da FLIP, e Sergio Vaz, idealizador da Cooperifa que, em 10 anos, já se disseminou por todo o Estado de São Paulo, falam da sustentabilidade, produção, do mercado e da influência cultural desses eventos.

Eles partem do princípio que se operam transformações no sistema literário brasileiro, com a ampliação do espaço de atuação dos escritores. Além de seus livros, esses profissionais hoje vivem da participação em feiras e festivais de literaturas, oficinas de criação literária, programas governamentais de circulação de autores, contratos para a elaboração de roteiros de cinema e de televisão.

A Literatura Brasileira no Cenário Internacional

Ainda no dia 4, serão conhecidas novas informações do Conexões Itaú Cultural– Mapeamento da Literatura no Exterior, elaborado pelo Itaú Cultural desde 2008.Quais são os escritores brasileiros mais estudados no exterior? Quais instituições estrangeiras mantêm centros de estudos de literatura brasileira? Quem são os profissionais que estudam e ensinam literatura brasileira mundo afora? E em que condições? Qual a importância do Brasil ser tema de uma feira de livros internacional? A partir do Conexões, jornalistas, pesquisadores e escritores podem traçar a presença da literatura no exterior. Para esta mesa, os convidados são João Cezar de Castro Rocha, professor associado de literatura comparada da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e colaborador da revista mensal mexicana Nueva Era; Felipe Lindoso, antropólogo, jornalista, editor, tradutor e consultor do Conexões Itaú Cultural); e o escritor Luiz Rufatto. A mediação é de Claudiney Ferreira, gerente do Núcleo Audiovisual e Literatura do Itaú Cultural.

PROGRAMAÇÃO

Espaços da Literatura Brasileira: Transformações
4 de julho, quarta-feira

12h30
Recepção

13hs
O Boom dos Eventos Literários no Brasil
Com Afonso Borges (Sempre um Papo), Mario-Hélio (Fliporto), Mauro (FLIP)
Sergio Vaz (Cooperifa). Mediação de Felipe Lindoso (Conexões Itaú Cultural)

13h30
Intervalo e brunch

14h45
A Literatura Brasileira no Cenário Internacional
Com João Cezar de Castro Rocha (Conexões Itaú Cultural e UERJ)
Felipe Lindoso (Conexões Itaú Cultural), Luiz Rufatto (Escritor). Mediação deClaudiney Ferreira (Itaú Cultural)

PERFIL DOS PARTICIPANTES
Afonso Borges é escritor, produtor cultural, curador e empresário. Criador do Sempre Um Papo, com atuação em mais de 30 cidades em oito Estados brasileiros, além de ter sido realizado também em Madri, na Espanha. No site www.sempreumpapo.com.br, estão disponíveis mais de 400 programas com escritores brasileiros e internacionais. É colunista da CBN de Belo Horizonte. Em 2012, foi curador da Bienal do Livro de Minas Gerais.

Felipe Lindoso é antropólogo, jornalista, editor e tradutor, autor do livro O Brasil Pode ser Um País de Leitores? Consultor do CERLALC/UNESCO – Centro Regional para o Livro na América Latina e Caribe; Consultor da Fundação Biblioteca Nacional (Programa do Livro Popular e Frankfurt 2013); ex- Diretor da Câmara Brasileira do Livro e um dos organizadores da participação do Brasil como País Convidado nas Feiras Internacionais de Frankfurt – 1994, Bogotá 1995 e FIL-Guadalajara, 2001. Mantem o blog www.Oxisdoproblema.com.br. É consultor do Conexões Itaú Cultural.

João Cezar de Castro Rocha é professor associado de literatura comparada da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Colaborador do “Sabático” de O Estado de S. Paulo e da revista mensal mexicana Nueva Era; mantém blog em “Arcade”, plataforma da Stanford University. Editor-in-Chief da revista Portuguese Literary & Cultural Studies, da University of Massachusetts-Dartmouth.Para a mesma universidade, organizará, para a Tagus Press, a coleção “BrazilianLiterature in Translation”. É consultor do Conexões Itaú Cultural.

Luiz Ruffato é escritor, tem nove títulos publicados, dentre eles Eles Eram Muitos Cavalos, Estive em Lisboa e Lembrei de Você e a série de cinco volumes, Inferno Provisório. Seus livros estão editados em Portugal, Itália, Argentina, México, França, Portugal, Colômbia e Alemanha. Já participou de eventos sobre literatura brasileira na Argentina, Chile, Colômbia, México, Cuba, Porto Rico, República Dominicana, EUA, Portugal, Espanha, França, Alemanha, Itália, Líbano e Timor-Leste. Foi escritor residente na universidade de Berkeley (EUA).

Mario Helio Gomes é escritor, jornalista e editor. É coordenador de literatura da Festa Literária Internacional de Pernambuco – Fliporto. Publicou, entre outros livros: O Brasil de Gilberto Freyre; Cícero Dias – uma vida pela pintura; e organizou os livros No Planalto, com a Imprensa e Relatórios de Graciliano Ramos.

Mauro Munhoz é arquiteto e criador da Associação Casa Azul. Dessa iniciativa, e da necessidade de incluir a população paratiense nas discussões sobre requalificação urbana, nasceu em 2003 a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), da qual Munhoz é diretor geral e de arquitetura.

Sergio Vaz é poeta, autor de 7 livros, ativista cultural e um dos fundadores do Sarau da Cooperifa, movimento cultural que transformou um bar na periferia de São Paulo em centro cultural e que há onze anos realiza atividades culturais na região sul da cidade. O sarau da Cooperifa inspirou dezenas de outros movimentos culturais pelo Brasil a fora. Mantém o blog http://www.colecionadordepedras1.blogspot.com.br/. Já foi convidado a falar de seu trabalho no México, Inglaterra, Espanha e França.

Sindicato dos Autores dos EUA se manifesta contra acordo de editoras na ação contra o “modelo de agenciamento”


O Author’s Guild, o Sindicato dos Autores dos EUA, deu entrada hoje em sua petição como interessada na ação que o Departamento de Justiça dos EUA move contra a Apple e mais cinco editoras, contra o chamado “modelo de agenciamento” para os livros eletrônicos.

Das cinco editoras inicialmente indiciadas, três – Hachette, HarperCollins e Simon & Schuster – aceitaram uma proposta de acordo para sair da ação. O Author’s Guild se manifestou precisamente contra essa proposta de acordo, sem poupar palavras contra a Amazon, à qual acusa de buscar o monopólio na venda de livros eletrônicos, destruir a competição no setor e abusar de seus mecanismos, como o “botão de compra”.

A petição também acusa o Departamento de Justiça de não compreender como funciona o mercado editorial e de proteger a Amazon e suas práticas anticompetitivas, que são “sofisticadas, com base no acúmulo de dados e incansavelmente criativas” na busca de seus objetivos.

Este é o link para o texto integral da petição, em inglês.