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AUTOPUBLICAÇÃO – SERÁ MESMO UMA “REVOLUÇÃO” NO MERCADO EDITORIAL

publishnews cabeça

 

Certamente um dos fenômenos mais impactantes dos últimos anos na indústria editorial foi o desenvolvimento do mercado de e-books. Apesar de várias tentativas anteriores, esse mercado começou a existir de fato e a se desenvolver a partir do momento em que a Amazon lançou seu e-reader Kindle, em 2007.

O sucesso do Kindle se deveu, certamente, à pressão que a Amazon desenvolveu, nos meses prévios ao seu lançamento, para que as editoras disponibilizassem versões eletrônicas de seus títulos. A digitalização dos livros dos acervos editoriais não começou ali, entretanto. Há vários anos as editoras já vinham digitalizando os livros em função de dois fatores: a) facilidade de produção editorial. Era muito mais fácil e prático desenvolver a produção editorial a partir de arquivos eletrônicos, principalmente com o lançamento de softwares específicos para isso; 2) Os sistemas de print-on-demand. Desde meados dos anos 1990 o mercado editorial dos EUA, principalmente, e também os europeus, já vinham usando os sistemas de POD para otimizar seus estoques e revitalizar o fundo de catálogo. A McGraw Hill foi pioneira nisso, e foi logo seguida pelas outras grandes indústrias.

O lançamento do Kindle e dos livros eletrônicos também deveram muito do sucesso à oferta de conteúdo com preços de capa substancialmente inferiores aos dos hard-covers, ou mesmo das edições de bolso, de capa mole e mais populares. A razão disso, evidentemente, era a eliminação dos custos de impressão e a substancial redução dos custos de logística. Para distribuir e-books, não era mais necessário ter caminhões atravessando o país, carregados de livros. Note-se, também, que o Kindle usa um formato específico. Na verdade, o que é particular é o tipo de DRM que a Amazon usa, que foi desenhado especificamente para facilitar o engajamento dos clientes dentro do seu ecossistema. O formato é o Mobi (que havia sido desenvolvido pela Palm e adquirido pela Amazon). A empresa se recusou a usar o formato e-Pub, desenvolvido por um consórcio, o International Digital Publishing Forum,  e usado por todos os demais leitores.

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Programa ajuda a detectar conteúdo erótico nas autopublicações.

Em novembro de 2011 publiquei um post aqui dando notícia de um programa chamado BookLamp, que detectava o “genoma” dos livros analisados. O programa permitia às editoras analisar o conteúdo de originais por tipos de temas, citações, etc., mencionados no texto. Na época o BookLamp já recebia material de algumas grandes editoras, inclusive os originais enviados sem solicitação, de modo a permitir que, posteriormente, fossem analisados mais detidamente aqueles que tivessem abordagens semelhantes a de outros livros de sucesso. Era uma ferramenta de análise e permitia também que, no site da empresa, fossem selecionados, para leitura, títulos com temas e outros elementos de conteúdo similares aos de algum romance recentemente lido. O post pode ser lido aqui.

Pois bem, o pessoal do BookLamp resolveu colocar esse instrumental para analisar a questão dos livros pornográficos autopublicados, assunto que tem provocado controvérsia no meio editorial dos EUA e da Inglaterra. A rede W. H. Smith resolveu retirar do ar o site alimentado pela Kobo até que todos os livros passagem por uma avaliação para eliminar aqueles que tratassem de pedofilia, bestialismo e incesto.

A coisa é quente.

Hoje o site Digital Book World publicou o post que reproduzo abaixo. Lembro sempre que a distinção entre hipocrisia e o veto de crianças a conteúdos questionáveis é sempre um assunto delicado, e que o moralismo anglo-saxão, unido aos evangélicos e outros ultramoralistas de plantão pode também prejudicar a liberdade de expressão na ficção. O texto está em inglês.

FJL
A publicação original foi feita aqui.

The Literary Darknet of Independent Publishing
Categories: Expert Publishing Blog
October 20, 2013 | Aaron Stanton | 7

The independent and self-publishing space recently found itself with a cascading bit of drama, eventually escalating to impact everyone from Amazon to Barnes & Noble, to WHSmith and Kobo. It began with an article on The Kernel about how Amazon sells incest, rape, and underage erotica in their online book stores. This is not mild content.

The story quickly spread through larger news channels to include virtually every major online retailer, though somehow, the Google Play Store escaped notice, despite having the exact same content. WHSmith, the respected online book seller, responded by shutting down their entire site to categorically remove all independent books until they could be verified “clean.” In case it’s back up by the time this article goes up, the image below is what a major site looks like when the universe implodes.
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Autopublicação: campo de teste de prova das editoras?

Semana passada escrevi um post sobre a impressão digital sob demanda (POD), no qual assinalava que um dos principais usos dessa ferramente estava sendo feito pelas empresas de autopublicação. São empresas como lulu.com nos EUA e Scortecci, Clube de Autores e PerSe no Brasil, dentre outras.

No decorrer da semana deparei com matéria publicada no site Digital Book World, assinada por Jeremy Greenfeld, diretor editorial do site, que informava sobre a aquisição, pela Penguin, de uma plataforma de autopublicação, a Author Solutions por 116 milhões de dólares. O curioso é que a Penguin já tem uma plataforma de autopublicação, chamada Book Country o que, aliás, não foi mencionado pela Penguin no comunicado de lançamento.
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