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ANÁLISE DE PREÇOS DE LIVROS – NOVIDADES IMPORTANTES E UM ERRO PERSISTENTE

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O SNEL – Sindicato Nacional de Editores de Livros e a Nielsen Bookscan apresentaram seu primeiro Painel das Vendas de Livros no Brasil. Trata-se de uma iniciativa importante e significativa. O Painel da Nielsen Bookscan tem como principal vantagem a medição direta, na boca do caixa, das vendas feitas pelas empresas que instalaram o programa em seus sistemas. Isso elimina a chamada expansão dos dados, mecanismo estatístico que permite inferir o resultado total a partir de uma amostra significativa.

Nesse sentido, temos dados de venda de livros com um grau de confiabilidade muito superior ao da pesquisa antiga feita agora pela FIPE, a partir de iniciativa que começou lá nos anos 1990. Nessa pesquisa – que até agora era iniciativa conjunta da CBL e do SNEL – as editoras preenchem formulários com as informações pertinentes, que são então processadas. São dados, portanto, provenientes dos produtores (editoras), que declaram suas vendas para o governo (em vários níveis) e para o mercado, seja diretamente para as livrarias ou para os distribuidores. Além das vendas, essa pesquisa produz resultados sobre a produção (títulos e exemplares). As vendas para o Governo Federal são precisas – é o FNDE que informa, detalhadamente, a quantidade de exemplares adquiridos e o valor pago.

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As vendas de livros nos EUA – os dados do ano, sem embromações

A Publisher’s Weekly noticiou ontem as informações gerais sobre o desempenho do mercado editorial nos EUA. Conforme o interesse de quem reproduziu a notícia por aqui, variou a ênfase sobre os diferentes pontos da notícia.

Da minha parte, assinalo em primeiro lugar o seguinte: a manchete anunciava uma queda de 2,5% em 2011. Mas, queda do quê? Do faturamento.

No entanto, ainda no primeiro parágrafo, é anunciado um aumento do número de exemplares vendidos, de 3,4%, “com a discrepância devido a vendas mais elevadas de e-books de preço baixo”.

Uma diferença fundamental no modo de divulgar os dados de produção editorial aqui e lá. Aqui, mais uma vez, deu-se ênfase no mito embromatório do “preço médio”, em queda quase vertiginosa. Lá, simplesmente se assinala que houve aumento dos exemplares vendidos e se indica simplesmente a razão da queda no faturamento: e-books mais baratos.

Nada de “preço médio” e embromações semelhantes.

Já escrevi sobre essa falácia do preço médio e não voltarei mais ao assunto. Quem quiser saber do meu raciocínio pode ler o post “Preço médio “ dos livros: uma ficção aritmética.

Mas, voltando aos EUA e à notícia da PW.

A revista assinala que o ponto mais importante a ser destacado foi o incremento da venda de e-books. No segmento de livros gerais, “trade” no linguajar de lá, as vendas de e-books aumentaram de 2,7 bilhão de dólares em 2011, enquanto em 2010 havia sido de 860 milhões de dólares. Um aumento de 210%, que representa ademais um aumento de 15% no total das vendas do segmento.

Em exemplares vedidos, as vendas de e-books na ficção para adultos já representa 30% de todas as vendas, fazendo dos e-books o formato que mais vende no segmento, deixando atrás os hardovers, “trade paperback” e “mass market paperback”.

O segmento de maior crescimento no ano foi o da literatura infantil e juvenil, no qual as vendas aumentaram 12% em relação ao ano anterior.

O aumento no comércio de e-books se reflete obviamente no local onde as pessoas compram livro. Os varejistas on-line tiveram um aumento de 35% em suas vendas, enquanto as livrarias tradicionais (incluindo as redes), caíram em 12,6%.

Outro dado importantíssimo é o das vendas “institucionais” – bibliotecas, empresas, governo e escolas -, que alcançaram 20% do total. Note-se que não existe programas governamentais de compra de livros didáticos nos EUA.

O relatório é preparado pela BookStats, a pesquisa anual coordenada pela AAP – Associação dos Editores Americanos, e pelo BISG – Grupo de Estudos da Indústria Editorial. Do total de 27,2 bilhões de dólares nas vendas, mais de 16 bilhões foram coletados diretamente dos editores. O relatório completo pode ser adquirido através da AAP e do BISG.

Esse eu queria poder comprar para comparar com a peça produzida pela FIPE.