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Consolidação de logística nos EUA

A imprensa noticiou hoje que a HarperCollins construiu um acordo com a R.R. Donnley para que a gráfica sirva também como centro de distribuição e logística para todos seus selos editoriais. A HC fechará o centro de distribuição de seu selo Thomas Nelson, em Nashville, e deixará também de usar outros centros de distribuição. O grupo editorial administrará os serviços para consumidores, administração de crédito, cobrança, IT e, obviamente, a administração de vendas.

Essa movimentação de vendas faz avançar nos EUA a consolidação e integração dos processos de impressão e distribuição. A Ingram, que é a maior distribuidora dos EUA, também oferece um serviço de printing-on-demand que abastece muitas editoras e está bem integrado com os sistemas da Amazon, como já mencionei em outro post.

Esse processo de consolidação, cada vez mais acelerado nos EUA, acontece também na Europa. Para citar um exemplo, o grupo Hachette atua fortemente nos serviços de logística e distribuição não apenas para os selos do grupo, mas também para terceiros. Seu gigantesco centro de distribuição em Maurepas, nos subúrbios de Paris, atende a cerca de oitenta editoras francesas. A Hachette também concluiu um acordo com a Lighting Source, o braço de POD da Ingram, para a impressão sob demanda. O grupo francês também atua na distribuição de livros na Austrália, Reino Unido e Espanha.

Os problemas de logística assumem papel cada vez mais relevante nos procedimentos do mercado editorial internacional, e quase sempre estão unidos com serviços de impressão sob demanda. Aqui no Brasil é que se insiste em mandar caminhões todos os dias para o Nordeste e para o Sul, e cargas aéreas para o Norte, encarecendo sobremaneira a operação das editoras, distribuidoras e livrarias. Até que todos sejam forçados a aprender…

HarperCollins lança programa de venda global de seus títulos em inglês

A HarperCollins, uma das “seis grandes” do mercado editorial dos EUA, lançou um programa de vendas global de seus títulos em inglês, segundo a newsletter da Publisher’s Weekly. Serão oferecidos 50.000 títulos impressos e 40.000 e-books em todos mundo, em qualquer tecnologia. As limitações ocorrerão somente em função dos direitos de venda dados a HC nos contratos.

A HarperCollins 360 – o nome do programa – já engloba os títulos publicados nos EUA e no Reino Unido, e espera incluir títulos de suas subsidiárias no Canadá e na Austrália nos próximos doze meses.

O anúncio do programa informa que a distribuição global ocorrerá com a incorporação de vários associados com capacidade de impressão sob demanda. O anúncio não especifica se os e-books serão vendidos através de varejistas, como a Amazon, ou varejistas locais, e se terão ou não DRM embutido.

Uma especulação que ocorre de vez em quando é a da possibilidade das editoras americanas detentoras de direitos globais publicaram elas mesmas as traduções, pelo menos no formato e-book. Acho isso difícil, pois não teriam capacidade de atender a capilaridade do varejo no mundo inteiro, e os direitos das traduções são vendidos para editoras locais, que certamente não gostariam que o formato e-book ficasse nas mãos dos detentores originais. No entanto, essa movimentação da HarperCollins é bem significativa do alcance global do mercado editorial propiciado por dois fatores: impressão sob demanda e e-books.

Barnes & Noble quer que tribunal rejeite acordo de três editoras com o Departamento de Justiça

A cadeia de livrarias Barnes & Noble, que comercializa o Nook, leitor de e-books que concorre com o Kindle, da Amazon, peticionou ao juiz da ação do Departamento (ministério) da Justiça dos EUA para que o acordo proposto e aceito por três das editoras acionadas (HarperCollins, Hachette e Simon&Schuster) seja declarado inválido. A notícia foi publicada na newsletter da revista Publisher’s Weekly, que acompanha o mercado editorial americano.

A varejista alega que o acordo imposto pelo Departamento de Justiça e aceito pelas três editoras estabelece uma regulamentação do mercado – e não protege a “livre iniciativa” – em detrimento dos seus interesses e das livrarias independentes e dos autores. Seis empresas foram processadas pelo Departamento de Justiça americano, as três citadas e a Macmillam, a Penguin e a própria Apple, que contestaram a ação e não aceitaram a proposta de acordo.

A argumentação da Barnes & Noble, que entrou no processo como parte indiretamente interessada, reforça a argumentação das editoras que contestaram a ação e da Apple, no sentido de que, se aceita a argumentação do governo, isso favoreceria a criação de um monopólio no comércio de e-books nos EUA, beneficiando a Amazon.

Esse caso ainda vai render muito.