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Será a Amazon mesmo uma empresa “Consumer Centric”?

Mentirinha....

As disputas entre a Amazon e a Apple pelos “corações e mentes” dos consumidores são intensas. As duas empresas têm, entretanto, uma característica comum: a extrema opacidade na divulgação dos dados. Até hoje, por exemplo, ninguém sabe com certeza a quantidade dos respectivos aparelhos vendidos por uma e outra. Os números do Kindle e do iPad são quase segredos de Estado.
A Apple virou religião para alguns de seus clientes, para os quais tudo que a empresa faz tem um toque divino. E a Amazon se gaba do atendimento ao consumidor, e do êxito de seus programas de fidelização.

A Amazon faz questão de se anunciar como uma empresa “consumer centric”. Ou, no vulgar, centrada no consumidor. E é verdade que, na maioria das vezes, o atendimento segue um processamento impecável. Os livros chegam no Kindle em segundos e, até hoje, nunca perdi algo físico comprado na Amazon.

Mas, recentemente, uma experiência pessoal me deixou com as orelhas em pé e revelou um lado arrogante da gigante de Seattle.
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Ano Novo: Vida Nova?

Ano novo, vida nova, diz o senso comum. Na verdade, essa marca canônica do tempo serve mesmo como marco arbitrário para marcar processos continuados e que às vezes têm ritmos bem diferenciados. Um exemplo bem claro disso, desconhecido para o público geral mas seguido atentamente pelas editoras, é o dos calendários para pré-inscrição, seleção, contratação e entrega dos livros dos diferentes programas de livros para as escolas, gerenciados pelo FNDE, órgão do Ministério da Educação. Nestes dias está terminando a entrega, pelos correios, dos livros didáticos que serão usados em 2012 e, ao mesmo tempo, a pré-inscrição para o PNLD para 2014.

O Edital para o PNLD 2014 vinha sendo discutido entre o FNDE e as editoras, principalmente através da Abrelivro, desde meados do ano passado, por incluir uma inovação importante: serão consideradas coleções com materiais multimídia, que deverão estar em CD-ROMs e, ao mesmo tempo, abrigados em portais das editoras acessados através do portal do livro didático do MEC. Até maio essas coleções deverão ser entregues para avaliação, com conteúdo e formatação física tal como serão eventualmente adquiridas pelo MEC mais adiante. Ou seja, as editoras didáticas têm que fazer edições completas do material que será vendido em 2013 e usado pelos alunos em 2014, e esse processo já vem sendo executado há pelo menos um ano.
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Preço fixo, agenciamento e direitos autorais. E as livrarias no meio

Recentemente foi publicada a notícia de que a Comissão Europeia estaria iniciando um procedimento investigativo para verificar se o modelo de “agenciamento” na venda de e-books estaria ou não infringindo a legislação comunitária que protege a livre concorrência. A investigação da CE abrangeria inclusive a possibilidade de um “conluio” entre a Apple a as grandes editoras americanas (algumas das quais, hoje, pertencem a conglomerados europeus) para controlar o preço dos livros. Em resumo, a acusação era de cartelização.

Já tratei algumas vezes de certos aspectos da comercialização de livros físicos, notando como os descontos cada vez maiores (além de vantagens adicionais) exigidos pelas grandes cadeias tende a puxar o preço dos livros para cima, disfarçando esse fenômeno com os descontos oferecidos no varejo – pelas grandes cadeias – e efetivamente jogando para fora da competição as livrarias independentes, incapazes de competir nesse jogo, particularmente no caso dos livros que entram na lista dos best-sellers (ou que já são “desenhados” para a lista).
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Amazon apresenta seu tablet a US$ 199 e com muitas novidades

Há anos sou usuário do Kindle e tenho uma experiência de leitura fantástica. E fico esperando que haja mais conteúdo em português, quando as editoras brasileiras conseguirem abrir a cabeça a fornecer conteúdo no formato mobi, que nem precisa ser vendido pela Amazon.

Hoje a Amazon lançou o Kindle Fire, que estará nas lojas em novembro. Veja no link um vídeo de apresentação, em inglês.

O preço inicial do tablet demonstra que a Amazon decidiu partir para a briga séria com a Apple: US $ 199 contra US $ 499 do iPad mais barato.

A Amazon anuncia também que o browser do Kindle Fire, apelidado de Silk, terá uma ligação contínua com a computação em nuvem da empresa, através do whispernet. O Kindle reader 3G faz isso quando a sincronização está ligada, de modo que é possível transferir a leitura do Kindle para o desktop ou para o celular (ou para outro tablet – é possível registrar até seis aparelhos em seu nome).

O que não se sabe ainda é se o Kindle Fire estará disponível para o mercado internacional e em que condições essa conexão whispernet será cobrada (há uma taxa pelo download direto no Kindle através desse sistema, que não é cobrada se for feito pelo desktop).

Além do Kindle Fire, a Amazon anunciou o lançamento de três novos modelos do Kindle reader, dois dos quais com tela sensível. O Kindle mais simples será vendido a US$ 79, e os dois modelos com tela touch (apenas wi-fi ou com 3G), a US$ 99 e US% 149.

Enfim, nos próximos dias teremos quilômetros de comentários impressos ou milhões de megabytes na web falando sobre o novo aparelhinho da Amazon.

Bibliotecas americanas emprestam livros através do Kindle

A Amazon e a OverDrive, distribuidora de livros para bibliotecas, anunciaram hoje de manhã o início da permissão para que as bibliotecas emprestem livros através do Kindle, anunciou a edição eletrônica do Publisher’s Weekly, o semanário da indústria editorial. O serviço estará disponível em cerca de 11.000 bibliotecas americanas, e permite que estas ampliem o empréstimo de e-books para o aparelho mais popular no país. Anteriormente os e-books só estavam disponíveis para aparelhos com o formato ePub e smartphones.

Espera-se que essa medida aumente dramaticamente a demanda das bibliotecas para e-books, que já vem aumentando nos últimos dois anos. A OverDrive, que ocupa posição dominante no segmento, anunciou recentemente que, em 2010, o aumento de empréstimos de e-books em bibliotecas públicas aumentou 200% em relação a 2009, com mais de quinze milhões de empréstimos de 400.000 títulos.

Segundo o acordo da OverDrive com a Amazon, os usuários das bibliotecas verificam a disponibilidade do título na homepage da sua biblioteca local e acessam um link para a Amazon (o sujeito precisa ter uma conta na Amazon, mas quem tem Kindle automaticamente tem uma). O livro é transferido diretamente para o dispositivo do usuário, via wi-fi ou USB pelos computadores pessoais ou pelo whispernet, o sistema proprietário da Amazon. O empréstimo vale por duas semanas. O leitor pode fazer as anotações que desejar, como se fosse o proprietário do título, e estas estarão disponíveis caso ele volte a emprestar o título ou o adquira posteriormente.

Note-se, entretanto, que algumas das grandes editoras, como a McMillan e a Simon&Schuster não permitem que as bibliotecas emprestem seus e-books.

Note-se também que nestes dias acontece um encontro entre a Association of American Publishers,o órgão de classe dos editores, e a American Library Association, dos bibliotecários. As discussões vão ser animadas.
Um dia a gente chega lá!

Como os dados modelam o mercado editorial

A informática permite hoje a coleta de dados importantes sobre o desempenho dos livros. É claro, desde que os metadados estejam corretamente assinalados e sejam “coletáveis”.
Os instrumentos para tanto são vários. Alguns podem estar dentro da própria editora, ou da livraria, consolidando dados sobre os clientes e vendas, devoluções, pagamento de direitos autorais, amortização do investimento, etc.
Um dos mais interessantes é o BookScan, da Nielsen International. Esse instrumento recolhe informações de vendas no varejo, a partir do ponto de venda, em mais de 31.500 livrarias nos cinco continentes. Apenas livros em inglês, na Inglaterra, Estados Unidos, Irlanda, Austrália, África do Sul, Itália, Nova Zelândia, Dinamarca, Espanha e Índia.
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