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Agente Literária Carmen Balcells morre na Espanha

Carmen Balcells, agente literária que teve grande responsabilidade no chamado “boom” da literatura latino-americana, morreu hoje em Barcelona, onde vivia.

Sua agência já estava associada à do Wylie, outro mega do setor.

Para lembrar, republico aqui o post do dia 25 de novembro de 2011, no qual tratava da incorporação do acervo da agência ao arquivo do Ministério da Cultura da Espanha, e que tinha uma pequena sugestão às nossas entidades do livro:

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Há alguns dias o jornal El País publicou uma série de reportagens sobre Carmen Balcells, a mega agente literária. O pretexto era a entrega do arquivo da agente literária para o Archivo General de la Administración (AGA) de Alcalá de Henares, órgão do Ministério da Cultura da Espanha. O atual governo socialista pretendia que o destino final desse acervo fosse um centro nacional de memória da criação literária, edição e industrial editorial, com base nesse fundo. Com o PP no poder, provavelmente o fundo ficará mesmo no Archivo Nacional.

São mais de 2.000 caixas (2,5 quilômetros de documentos alinhados), com a correspondência da agente com autores e editores, cópias de contratos e prestações de conta. Enfim, o “subterrâneo” da vida literária espanhola dos últimos cinquenta anos.
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OS VIVOS, OS MORTOS E OS MUITO VIVOS

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Uma das notícias da semana passada foi a de que os herdeiros (há outro além de d. Pilar?) dispensaram a agência Literária Mertin

Ray-Güde Mertin fundou a agêrncia e lançou Saramago. Nicole Witt, filha e sucessora, perdeu o autor para o "Chacal" Wylie.
Ray-Güde Mertin fundou a agêrncia e lançou Saramago. Nicole Witt, filha e sucessora, perdeu o autor para o “Chacal” Wylie.

de administrar os direitos autorais do falecido, transferindo-os para a agência de Andrew Wilye. Wylie é um agente poderoso, briga com muita gente – inclusive com a Amazon – e é conhecido, entre outros epítetos, como “Chacal”. Razão: costuma roubar clientes de outras agências sem dó nem piedade. Wylie costuma enfrentar inimigos poderosos. Definitivamente não gosta da Amazon e tentou lançar uma editora de e-books com os títulos de seus autores para ficar fora da varejista. Não deu certo.

Erudito, literato e... "Chacal". Andrew Wylie.
Erudito, literato e… “Chacal”. Andrew Wylie.

É poeta (pelo menos publicou uma coletânea de poesias, e filho de um antigo editor-chefe da Houghton-Mifflin. Quem já visitou seu escritório em Nova York diz que parece mais o saguão do departamento de letras de uma universidade que um escritório comercial. E Wylie se gaba de ser um agente dedicado à qualidade literária, embora quem entre no site da agência possa se perguntar se isso de aplica ao Rei Abdulah II, da Jordânia (cuja única obra conhecida é um ensaio intitulado “Our Best Last Chance – The Pursuit of Peace  in a Time of Peril). O rei está acompanhado de mais um bom bocado de políticos e homens de negócio (Al Gore, Bill Gates, Kissinger, etc). E, sem dúvida alguma, de uma seleção estelar de escritores vivos e mortos. Alas, diriam os franceses.

Carmen Balcells, "la dueña del boom", agora é socia de Wylie.
Carmen Balcells, “la dueña del boom”, agora é socia de Wylie.

Ano passado Wylie conseguiu uma associação com a mais conhecida agente literária do mundo hispânico, Carmen Balcells,  a grande responsável pelo estouro da literatura latino-americana em espanhol na década de 60. A associação Wylie-Carmen Balcells prevê a incorporação total da segunda pela primeira. Carmen Balcells já demonstrou, em várias ocasiões, um certo cansaço e vontade de se retirar. Seu plantel de autores é uma aquisição de estrelas latinoamericanas e espanholas por atacado, e abre longas avenidas para o crescimento de Wylie.

E agora, Saramago.

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A MEMÓRIA QUE SE PERDE

Há alguns dias o jornal El País publicou uma série de reportagens sobre Carmen Balcells, a mega agente literária. O pretexto era a entrega do arquivo da agente literária para o Archivo General de la Administración (AGA) de Alcalá de Henares, órgão do Ministério da Cultura da Espanha. O atual governo socialista pretendia que o destino final desse acervo fosse um centro nacional de memória da criação literária, edição e industrial editorial, com base nesse fundo. Com o PP no poder, provavelmente o fundo ficará mesmo no Archivo Nacional.

São mais de 2.000 caixas (2,5 quilômetros de documentos alinhados), com a correspondência da agente com autores e editores, cópias de contratos e prestações de conta. Enfim, o “subterrâneo” da vida literária espanhola dos últimos cinquenta anos.
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