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Os números torturados do Relatório de Produção Editorial de 2010

Alguns dias atrás um amigo, sócio da CBL, enviou um e-mail pedindo que eu lhe mandasse o relatório da Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro de 2010. Respondi-lhe que não tinha. Não sou sócio da CBL e são os sócios que recebem regularmente o material, assim como os do SNEL. Eu, como pesquisador do setor, consigo cópias precisamente através de amigos editores.

Mas eu havia solicitado uma cópia para a administração da CBL, há coisa de dois meses. Na ocasião, a administração me respondeu que “ainda não havia recebido o relatório integral da pesquisa enviado pela FIPE”, e que logo que recebesse me enviaria. O tempo passou e me apareceu esse pedido do meu amigo. Entro no site da CBL e lá só aparece o relatório da pesquisa de 2009.

Um padrão comum nos relatórios desse tipo é colocar os dados do ano anterior junto com os dados do ano. Facilita uma pesquisa rápida da evolução dos números do mercado.

Por força de hábito, abro minha cópia do relatório anterior, relativo a 2009 que, esse sim, eu já tinha. Aí teria pelo menos mais um ano para examinar os números e tecer meus eventuais comentários.

Minha surpresa: OS DADOS DE 2009 APRESENTADOS NO RELATÓRIO DE 2010 ERAM DIFERENTES DOS QUE HAVIAM SIDO APRESENTADOS NO RELATÓRIO ANTERIOR, DE 2009.
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A MEMÓRIA QUE SE PERDE

Há alguns dias o jornal El País publicou uma série de reportagens sobre Carmen Balcells, a mega agente literária. O pretexto era a entrega do arquivo da agente literária para o Archivo General de la Administración (AGA) de Alcalá de Henares, órgão do Ministério da Cultura da Espanha. O atual governo socialista pretendia que o destino final desse acervo fosse um centro nacional de memória da criação literária, edição e industrial editorial, com base nesse fundo. Com o PP no poder, provavelmente o fundo ficará mesmo no Archivo Nacional.

São mais de 2.000 caixas (2,5 quilômetros de documentos alinhados), com a correspondência da agente com autores e editores, cópias de contratos e prestações de conta. Enfim, o “subterrâneo” da vida literária espanhola dos últimos cinquenta anos.
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O Brasil em Frankfurt em 1994 – 1

No logotipo da participação brasileira, a esperança de um país de leitores

A participação do Brasil como “País Tema” da Feira do Livro de Frankfurt, em 1994, representou para mim e para a equipe que coordenou o evento durante quase três anos de trabalho, empenhados em que o país fizesse uma bela figura. O núcleo central da equipe foi coordenado por Alfredo Weizsflog, representando a CBL, Regina Bilac Pinto, o SNEL, o Embaixador Wladimir Murtinho, do MinC, Embaixador Sérgio Telles, Chefe do Departamento Cultural do Itamaraty e Márcio Souza, representando a Biblioteca Nacional. Na área executiva estávamos com Júlio Heilbron e Gilberta Mendes, da EMC – Empresa de Marketing Cultural, na área de produção, juntamente com Heloísa Alves. Eu era o encarregado de relações institucionais, ajudando na convergência das ações. Essa equipe, mais um punhado de curadores das exposições, respondia junto aos órgãos e instituições integrantes e colaboradoras do projeto, mais de vinte no Brasil e outro tanto na Alemanha.
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Presidente Dilma na Bienal do Rio

A Coluna No Prelo, do Prosa e Verso de hoje, sábado, anuncia que a Presidente Dilma poderá não apenas inaugurar a próxima Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, como também  ser entrevistada no Mulher e Ponto por uma jornalista. Ótima notícia, mas a coluna comeu mosca ao dizer que esta seria a primeira vez que um Presidente da República inaugurava a Bienal do Rio. O Sarney inaugurou, como Presidente da República, a II Bienal do Livro do Rio de Janeiro, que acontecia então no São Conrado Fashion Mall. O então presidente do SNEL era o Sérgio Lacerda, da Nova Fronteira.

Eu estava lá. Era a primeira vez que a Marco Zero participava de uma Bienal, e o Sarney até passou pelo nosso estande.

Como a memória é fraca, lembro que o Fernando Henrique visitou a Bienal do Livro de S. Paulo e que o Lula, esse cujos detratores dizem que não gosta do livro, prestigiou a inauguração da Bienal de São Paulo em 2004.

Aliás, para ficar também na ladeira da memória, foi o Senador José Sarney que encaminhou a emenda da desoneração fiscal das editoras (eliminação da cobrança do PIS/PASEP-COFINS), em acordo com o então ministro Palocci e com o aval do Presidente Lula.

Não é porque o Sarney agora quer que os documentos governamentais permaneçam em sigilo eterno que os editores (ingratos?!) devam deixar de registrar o que ele fez pelo livro.