“Com mais de trinta anos de vivência no mercado editorial, busco mais aprender a fazer as perguntas certas do que qualquer outra coisa. Fazer as perguntas certas para as várias personas sociais, e procurar verificar se os paradigmas (no conceito de Thomas Kuhn) se sustentam ou não. Até porque, ao contrário das ciências físicas, a sociedade muda ao mesmo tempo em que são feitas as perguntas e se elaboram os discursos. E, nessa situação de mudanças e incertezas, sobra pouco espaço para afirmações taxativas, e necessidade de muito empenho para começar a vislumbrar o que se deseja compreender.”
14 de maio – Um mercado opaco
Entre esta coluna no PublishNews e as que saíram no blog O Xis do Problema publiquei ano passado cerca de setenta posts sobre questões do mercado editorial.
Os temas foram bem variados. Os livros têm essa característica de servir de “meio” para se falar de qualquer coisa. São, de certa maneira, um reflexo do mundo real. E as complexidades do mercado editorial acompanham essa variedade: autores, editores, distribuidores, livreiros, leitores. Para se realizar, o livro precisa ser lido, chegar a seu destinatário final, o leitor. Sem isso, perde sentido. O esforço de todos os envolvidos, portanto, se unifica nesse objetivo comum: chegar ao leitor.
E como o livro é, ao mesmo tempo, produto, objeto de consumo e um bem cultural ou educacional, a mescla dessas características torna as atividades de todos dessa cadeia sujeitas a inúmeros condicionantes.
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