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PESQUISANDO HÁBITOS DE LEITURA – MUDANÇAS NAS METODOLOGIAS

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No dia 8 de julho passado publiquei o post “Vivendo e Aprendendo – Lições na FLIP “ no qual comentei o fato das pesquisas sobre hábitos de leitura não capturarem novas tendências de leitura e produção de literatura. Minha atenção havia sido despertada pelo fenômeno dos saraus literários, pois participei de uma mesa com Marcelino Freire, na qual ele discorreu sobre seu projeto Quebras, com o qual visitou vários estados e constatou uma enorme vitalidade dessas manifestações.

Em outra mesa, também na FLIP, promovida pelo Instituto C&A sobre programas de incentivo à leitura, o tema voltou à baila, e houve um alerta sobre o “fascínio dos números” na análise dos fenômenos sociais, inclusive a avaliação da extensão e o impacto da leitura.

Alguns dias depois recebi um e-mail do Bernardo Jaramillo, Subdiretor de Produção e Circulação do Livro do CERLALC-UNESCO, comentando o post e informando que o assunto estava no radar da instituição. E me enviou o link para o texto que era o resultado de discussões e reflexões surgidas na mesa de especialistas sobre “Indicadores de leitura, livro e desenvolvimento”, que teve lugar na Cidade do México, com o apoio do Conselho Nacional para a Cultura e as Artes (Conaculta), nos dias 8, 9 e 10 de setembro de 2014. O link para o texto está aqui.

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A reunião contou com um alentado grupo de especialistas convidados pelo CERLALC: Alberto Mayol Miranda, Alejandra Pellicer, Daniel Goldin, Didier Álvarez Zapata, Gemma Lluch Crespo, Germán Rey, Luis González Martín, Néstor García Canclini. Em representação da Conaculta, estiveram presentes Ricardo Cayuela Gally, Diretor Geral de Publicações, Angélica Vázquez del Mercado, Diretora Geral Adjunta de Fomento à Leitura e ao Livro, e Carlos César Ávalos Franco, Coordenador Nacional de Desenvolvimento Institucional. Pelo Cerlalc, participaram Fernando Zapata López, Diretor, e Bernardo Jaramillo Hoyos, Subdiretor de Produção e Circulação do Livro. Compareceram também representantes do Instituto Nacional de Estatística e Geografia do México (Inegi): Félix Vélez Fernández Várela, Subdiretor; Arcelia Breceda Solis, Chefe do Departamento de Desenho de Questionários de Pesquisas Especiais; Laura Josefina Quiroz Beatriz, Chefe do Departamento de Manuais de Capacitação de Pesquisas; Ricardo Alejandro Lascencia Salceda, pessoa de contato em Desenho de Instrumentos de Captação e Material de Apoio. Participaram também José Ángel Quintanilla D´Acosta e Lorenzo Gómez Morín Fuentes, Presidente do Conselho de Administração e Diretor Executivo de Funlectura, respectivamente. Esteve encarregado da elaboração do documento Roberto Igarza, com doutorado em Comunicação Social e especialização em Educação, e Lenin Monak Salinas, Coordenador de Estudos e Estatísticas do Cerlalc.
Fiz questão de transcrever a lista para ressaltar a eminente ausência de um representante brasileiro. Parece que depois que o Galeno Amorim deixou a FBN, a articulação com o CERLALC passou para um remoto pano de fundo.

Mas, enfim, trata-se de um documento muito interessante, que espero seja levado em consideração nas próximas versões do Retrato da Leitura no Brasil (caso aconteçam).
Entretanto, nem todas as questões que eu havia levantado estão consideradas no documento – o que, na verdade, não é nenhum problema, já que este ainda é um documento de trabalho.
Ressalto alguns pontos do documento do Cerlalc, na última seção analítica, precisamente intitulada “Desafios”, que deverão ser consideradas na formatação das novas pesquisas sobre índices de leitura.

 

“A visão livro-determinista que deixa um lugar secundário para a leitura de outros meios e em outros suportes que não seja o impresso”. Ponto muito importante, inclusive porque a ênfase na leitura de livros – e em certo tipo de livros, como o documento ressalta mais adiante – obscurece práticas leitoras – e de produção de textos, digo eu – que fogem da percepção elitista dos literatos e, principalmente, dos “leiturólogos”.

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VIVENDO E APRENDENDO –LIÇÕES NA FLIP

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Participei de duas mesas na recente Flip (quer dizer, nada na Tenda dos Autores, é claro). A primeira foi a apresentação dos programas do Itaú Cultural, onde sou consultor do Conexões – Mapeamento Internacional da Literatura Brasileira  que  mapeia a presença internacional da literatura brasileira, com um banco de dados de professores, pesquisadores e tradutores da nossa literatura que trabalham no exterior.

A segunda mesa foi sobre a sustentabilidade de programas de leitura, promovido pelo Instituto C&A.

Nessa mesa, composta por Christine Fonteles, do Instituto Ecofuturo, Pilar Lacerda, da Fundação SM, Patrícia Lacerda, do Instituto C&A e por mim, mediados por Cláudia Santa Rosa, do Instituto de Desenvolvimento da Educação de Natal, se mencionou algo sobre estarmos falando para conversos, já que todos os presentes evidentemente eram interessados no assunto.

Quando chegou minha vez, fiz uma brincadeira, dizendo que, apesar de falarmos para conversos, essa nossa igreja admitia muitas discussões internas, e que sempre estávamos aprendendo algo. Mencionei que, na mesa anterior, um assunto havia despertado minha atenção: será que as várias pesquisas sobre hábitos de leitura estavam dando conta da diversidade de leituras e manifestações literárias, ou captavam apenas as “leituras canônicas”, as que eram feitas nos livros convencionais?

O comentário provocou uma risada do Volnei Canônica, diretor do Instituto C&A, e que foi nomeado como novo diretor da DLLLB, do MinC.

Na verdade, eu me referia ao que havia chamado minha atenção na mesa do Itaú Cultural, na qual havia participado na véspera.

Explico.

A mesa tinha a presença, além de mim, do Marcelino Freire, em função do programa “Quebras” que ele desenvolve, com Jorge Filholini, como selecionado no Programa Rumos, do IC, e da Tania Rösing, das Jornadas de Passo Fundo. Minha presença na mesa se devia particularmente a uma pesquisa sobre feiras, festivais e outros eventos em torno da literatura que vêm aumentando exponencialmente nos últimos anos. Quando preparava minha intervenção, dei-me conta que um fenômeno mais recente crescia diante de nossos olhos sem ser muito bem entendido: os saraus literários.

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SNEL DIVULGA PESQUISA SOBRE MERCADO EDITORIAL – ÓTIMA INICIATIVA

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O Sindicato Nacional de Editores de Livros – SNEL, divulgou pesquisa fruto de bolsa de estudo financiada pela entidade junto ao Instituto Coppead de Administração. Esse apoio resultou em uma tese de mestrado, de autoria de Leonardo Bastos da Fonseca, “Crescimento da Indústria Editorial de Livros do Brasil e seus Desafios”, orientado pela professora Denise Lima Fleck.

É uma iniciativa importante, até pela escassez de estudos analíticos e sistemáticos sobre o tema. A própria bibliografia apresentada no trabalho mostra uma abundância de matérias jornalísticas vis à vis a produção mais extensa e pesquisada.
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