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VIVENDO E APRENDENDO –LIÇÕES NA FLIP

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Participei de duas mesas na recente Flip (quer dizer, nada na Tenda dos Autores, é claro). A primeira foi a apresentação dos programas do Itaú Cultural, onde sou consultor do Conexões – Mapeamento Internacional da Literatura Brasileira  que  mapeia a presença internacional da literatura brasileira, com um banco de dados de professores, pesquisadores e tradutores da nossa literatura que trabalham no exterior.

A segunda mesa foi sobre a sustentabilidade de programas de leitura, promovido pelo Instituto C&A.

Nessa mesa, composta por Christine Fonteles, do Instituto Ecofuturo, Pilar Lacerda, da Fundação SM, Patrícia Lacerda, do Instituto C&A e por mim, mediados por Cláudia Santa Rosa, do Instituto de Desenvolvimento da Educação de Natal, se mencionou algo sobre estarmos falando para conversos, já que todos os presentes evidentemente eram interessados no assunto.

Quando chegou minha vez, fiz uma brincadeira, dizendo que, apesar de falarmos para conversos, essa nossa igreja admitia muitas discussões internas, e que sempre estávamos aprendendo algo. Mencionei que, na mesa anterior, um assunto havia despertado minha atenção: será que as várias pesquisas sobre hábitos de leitura estavam dando conta da diversidade de leituras e manifestações literárias, ou captavam apenas as “leituras canônicas”, as que eram feitas nos livros convencionais?

O comentário provocou uma risada do Volnei Canônica, diretor do Instituto C&A, e que foi nomeado como novo diretor da DLLLB, do MinC.

Na verdade, eu me referia ao que havia chamado minha atenção na mesa do Itaú Cultural, na qual havia participado na véspera.

Explico.

A mesa tinha a presença, além de mim, do Marcelino Freire, em função do programa “Quebras” que ele desenvolve, com Jorge Filholini, como selecionado no Programa Rumos, do IC, e da Tania Rösing, das Jornadas de Passo Fundo. Minha presença na mesa se devia particularmente a uma pesquisa sobre feiras, festivais e outros eventos em torno da literatura que vêm aumentando exponencialmente nos últimos anos. Quando preparava minha intervenção, dei-me conta que um fenômeno mais recente crescia diante de nossos olhos sem ser muito bem entendido: os saraus literários.

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O FIM DOS SUPLEMENTOS LITERÁRIOS

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A notícia recente do próximo fechamento do suplemento Sabático do Estadão reacendeu a indignação de escritores, críticos e leitores que ali encontravam um produto cada vez mais raro na imprensa impressa, resenhas críticas que ultrapassavam as limitações da simples notícia e, muitas vezes, análises mais detidas de fenômenos culturais importantes.

O fechamento do suplemento, e a diminuição em geral do espaço destinado aos livros nos jornais diários não é, certamente, um fenômeno novo. Os chamados “rodapés”, as colunas na parte de baixo das páginas, ocupadas por críticos de imenso prestígio social e cultural (nomes como Tristão de Ataíde, Álvaro Lins, Agripino Grieco, entre outros tantos), que praticamente determinavam a aceitação ou o esquecimento de autores, foram as primeiras baixas. O domínio exclusivo de um grande nome pontificando em cada jornal foi exitosamente substituído em alguns dos grandes jornais pelos suplementos de literatura, onde havia uma pluralidade de colaboradores (embora geralmente a partir de diretrizes comuns). O “Suplemento Literário”do Estadão (1956-1967) e o “Suplemento Dominicial” do Jornal do Brasil (1956-1961) são as lembranças mais recorrentes. Os dois foram substituídos pelo “Caderno Ideias”, no JB, e pelo “Cultura” e pelo “Sabático”, que agora se extingue, no Estadão.

Mas o que importa aqui não é a história dessas publicações, e sim uma rápida reflexão sobre os que as fizeram desaparecer ou mudar, e que perspectiva se vê pela frente.
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Livro eletrônico – resenha eletrônica

A chegada dos e-books mexe não apenas no mercado editorial. Mexe também com a percepção que os leitores possam ter do que acontece, e de onde acontecem as coisas.

A Amazon há muito abriu um espaço para resenhas – positivas e negativas – postadas pelos leitores dos livros vendidos pelo Kindle. E posso garantir que há coisas muito interessantes ali. Gente que se deu ao trabalho de refletir sobre o que leu e compartilha com outros possíveis leitores. Tem muita abobrinha também, é claro. Faz parte.

O Marcelino Freire, contista da minha maior admiração, fundou uma editora, a Edith onde publicou seu último livro, Amar é Crime, que saiu primeiro disponível nos e-readers da Gato Sabido e da Amazon (para os atrasados: não se preocupem, vai ter edição impressa também – vejam no link acima a data do lançamento. Dia 13 de Julho no Sarau da Cooperifa, do grande Sérgio Vaz) e já ganhou uma resenha eletrônica, em blog. Pode ser vista neste link a resenha do Eduardo S. Nasi.
Parabéns para o Marcelino.