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Distribuição – Impasses e perspectivas

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A distribuição sempre foi um dos grandes entraves para a circulação de livros no Brasil. A enorme extensão territorial e a precariedade da logística encarecem de modo evidente a circulação dos livros (não apenas deles, é claro), e a rarefação e concentração da rede de livrarias contribui para não dar densidade nem permitir maiores investimentos na área.

Some-se a isso a política de aquisição de livros do Governo Federal. As compras do MEC, chegam perto de um quarto de todas as vendas de livros no Brasil, com especial ênfase para o livro escolar. O MEC compra diretamente das editoras e o transporte fica por conta dos Correios. A alegação de que esse procedimento diminui os custos da aquisição dos livros é contestável em vários aspectos: a) o MEC não contabiliza os custos de desenvolvimento editorial, que são portanto transferidos para os demais segmentos destinados ao mercado das escolas particulares e, dessa forma provocam a constituição de uma espécie de subsídio cruzado; b) também não se contabiliza os custos todo o aparato burocrático do FNDE, dedicado ao sofisticado sistema de seleção dos títulos, avaliação da execução do programa, etc c) e não se leva em conta o custo social da destruição da rede de livrarias, processo para o qual as escolas particulares também contribuem ao adquirir e revender diretamente para seus alunos os livros adotados.

Tudo isso é custo real que jamais é claramente explicitado pelo governo. E há modelos alternativos para todo esse processo que não são sequer considerados, como os aplicados em vários países europeus.

O curioso é que o MEC, através do mesmo FNDE, executa políticas diferentes para outros produtos e serviços oferecidos às escolas, como o Programa de Merenda Escolar, além do Dinheiro Direto na Escola.

Some-se a isso as deficiências das próprias livrarias, incapazes de cooperar entre si para minimizar alguns desses custos, desenvolver o mercado, participar do e-commerce. Também não faltam exemplos, como as ações da American Booksellers Association – ABA e seu programa Indie Commerce, ou as várias iniciativas dos Groupements de Libraires franceses.
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