Há alguns dias li, n’O Globo, uma matéria sobre a instalação de uma biblioteca em uma estação de trens da Supervia, a antiga linha da Central do Brasil, em Madureira, subúrbio do Rio de Janeiro.
O projeto foi desenvolvido pelo Instituto Oldenburg, dirigido pela Cristina Oldenburg, que conheci há vários anos em função de outro projeto por eles desenvolvido, o das Salas de Leitura.
Esse projeto contou com a colaboração inicial do Sérgio Machado, presidente do Grupo Editorial Record. Sérgio Machado sempre foi muito atento para as questões relacionadas com o ciclo de vida dos livros. Depois de certo tempo, o circuito tradicional de vendas de livros se esgota, e sobram apenas vendas residuais, geralmente via Internet. Assim, esses exemplares ficam em depósito, provocando gastos adicionais de armazenamento e logística. O conhecimento desse problema é uma das raízes do Programa do Livro Popular, que busca estabelecer um novo ciclo de vida para essa imensa riqueza editorial não mais encontrável com facilidade nas livrarias, mas que pode ser recolocada no mercado em outras condições.
Bem, a Estação Leitura instalada na estação de Madureira foi depredada semana passada, assim como quase toda a estação ferroviária, pelos usuários revoltados com os atrasos e problemas dos trens. Aqueles mesmos trens que há décadas já motivavam sambistas a comporem os lamentos por sua ineficiência: “Patrão, o trem atrasou, por isso estou chegando agora…”
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