O Parlamento do Québec discute esta semana a aprovação de uma lei do “preço fixo” a vigorar na província, à semelhança da legislação francesa.
O Québec apresenta singularidades interessantes. É a província do Canadá onde a presença da colonização francesa ainda é muito forte. Montréal é uma bela cidade, e Québec Ville mais ainda (conheço as duas, onde estive pela primeira vez ainda nos anos 1980 para visitar uma feira de livros, a convite do governo canadense).
Oficialmente, o Canadá é um país bilingue, e todos os documentos oficiais, sinalização de estradas, nome dos edifícios públicos, etc, devem estar em inglês e francês. Os moradores do Québec, entretanto, se queixam de que tem que aprender a falar inglês para se comunicar com seus compatriotas anglófonos, que não fazem a menos questão de aprender francês (é verdade que é um francês com um sotaque horrível…). E além da Université de Montréal, em Montréal há também a McGill University, onde todo é em inglês.
Para compensar essas desigualdades, o governo do Québec frequentemente toma iniciativas que diferenciam a província do restante do Canadá, e de modo marcante. A iniciativa do “prix fixe” é uma delas.
Os editores, livreiros e bibliotecários québequoises apoiaram com veemência a iniciativa, através de suas associações. Mas os editores de língua inglesa (em grande medida filiais das empresas americanas) não gostaram muito da ideia.
Será interessante ver o resultado da iniciativa. Em primeiro lugar, para ver se a lei é efetivamente aprovada. Em segundo lugar, como se comportará o mercado livreiro nas duas grandes zonas linguísticas do Canadá.
A matéria do PublishersWeekly sobre o assunto está aqui (em inglês)