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FRANKFURT 2012 – PRÉ-ESTREIA DE 2013?


A participação do Brasil na Feira de Livros de Frankfurt este ano serviu como uma pré-estreia para o ano que vem, quando o país será o Convidado de Honra da Feira, pela segunda vez. É importante avaliar alguns aspectos dessa participação, no sentido de contribuir para o sucesso do ano que vem.

É bom destacar, entretanto, que a presença da Nova Zelândia este ano foi fraca. O Pavilhão Central, onde os neozelandeses montaram sua principal apresentação, não deixou de ter um lado poético. Bem escuro, como se no meio de um oceano surgisse uma ilha, com uma lua cheia a brilhar no céu. A ideia central era a de mostrar o que faziam enquanto o resto do mundo – ou seja, as Américas e a Europa – dormia. A cada meia hora uma performance, com um ator surgindo no meio do “oceano”, recitando versos em maori e depois circulando pela “ilha”, que vai mostrando filmagens da própria performance e de paisagens do país. Isso, juntamente com os discursos pífios dos escritores que representaram o país, Bill Manhire e Joy Cowley, deram um tom de autocondescendência para a presença dos neozelandeses. Os discursos tentavam ser bem humoradamente depreciativos: somos um país pequeno, etc., etc. com frases em maori de vez em quando enfiadas no meio – e os textos do convite para a cerimônia não estavam em inglês, e sim em maori. Na verdade, o discurso mais impactante e que deu notícias na imprensa no dia seguinte foi o do Ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Guido Westerwelle, reafirmando a predominância do seu país na União Europeia. Bem significativamente arrogante…

Bom, há um lado comovente no tributo às tradições dos povos que foram conquistados pelos imigrantes ingleses e quase exterminados. Mas, vamos convir, exceto os maoris, e uma minoria deles, são poucos os falantes do idioma. Mas, enfim, saudemos o respeito pela população minoritária e quase dizimada. Isso é importante.

O tom dos discursos na abertura, no entanto, é um alerta ao Brasil. Em 1994, um dos aspectos criticados pelos alemães acerca de nossa participação, foi o discurso de Josué Montello. Montello foi escolhido para evitar maiores disputas, pois era presidente da ABL na ocasião. Foi um erro. O romancista maranhense fez uma xaropada louvaminhas da sua admiração por Goethe. Isso é algo que não interessa absolutamente nem aos alemães nem ao público internacional presente na Feira.
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