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NABIL BONDUKI: PRIMEIRA ENTREVISTA PREOCUPANTE?

O Estadão do dia 15 publica entrevista com o novo Secretário de Cultura do Município de S. Paulo, Nabil Bonduki, feita pelo jornalista Jotabê Medeiros.

Desde logo digo que votei no Nabil para vereador e tenho grande admiração por ele e sua militância nas questões urbanas.

Mas fiquei bem preocupado com essa primeira entrevista: o novo secretário não disse nenhuma palavra sobre bibliotecas, livro e leitura. Isso é sério.

O município de S. Paulo tem a maior rede de bibliotecas do país. Mesmo sem contar os CEUS, são quase cem unidades espalhadas por todos os bairros da cidade. A administração do Calil informatizou o acesso eletrônico aos acervos, e hoje pode-se consultar quais os títulos disponíveis nas bibliotecas, inclusive na circulante da Mário de Andrade

Nossa principal biblioteca, a Mário de Andrade, que é a segunda maior do Brasil e depositária de um acervo de obras raras importantíssimo, está estagnada. Faz eventos culturais – o que é bom – mas muito pouco relacionado com sua missão principal. A Revista da Biblioteca, por exemplo, deixou de ser publicada, e a renovação do acervo anda a passos de tartaruga.

No final do ano passado houve um evento, com convidados internacionais, para colher subsídios para o Plano Municipal do Livro e Leitura. O PMLL deve fazer parte do PNLL – Plano Nacional do Livro e Leitura. Até hoje não se sabe dos resultados disso, e muito menos do estado de elaboração do PMLL e de sua articulação com o PNLL.

Talvez a ausência das bibliotecas, do livro e da leitura na entrevista do novo secretário possa ser debitada ao entrevistador. Jotabê Medeiros é conhecido por se interessar em música.

Vamos aguardar um pouco mais para ver o que o novo secretário tem a dizer sobre as bibliotecas, o livro e a leitura em nossa metrópole..

São Paulo – A Babel começa a fazer sentido


A Biblioteca de Babel borgiana, onde todo conhecimento se acumula e nada acontece porque tudo já está lá, só pode ser decifrada quando se consegue recuperar a informação, para assim lhe dar sentido. Esta semana o Sistema de Bibliotecas Públicas de S. Paulo (que está muitíssimo longe de ter esse alcance borgiano, mas que já é um sistema considerável), deu um passo importante para que se possa explorar seu conteúdo.

A Secretaria Municipal de Cultura de S. Paulo completou a catalogação retrospectiva do acervo circulante de todo seu sistema de bibliotecas públicas: 52 bibliotecas de bairro, a Biblioteca Mário de Andrade – segunda maior do país em acervo – Biblioteca Monteiro Lobato, as quatro Bibliotecas do Centro Cultural S. Paulo (Vergueiro), dez ônibus-biblioteca, Biblioteca do Centro Cultural da Juventude e treze pontos de cultura. O sistema abriga também as bibliotecas dos CEUs (45), cujos acervos são adquiridos pela Secretaria Municipal de Educação.
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