O editor Luís Antonio Torelli, da Trilha Educacional, será eleito presidente da CBL na eleição para o Biênio 2015-2017, por chapa única, que acontece amanhã. Torelli, que já tem uma longa carreira no mercado editorial e foi presidente da ABDL – Associação Brasileira de Difusão do Livro, já participou das últimas diretorias da entidade que reúne editores, livreiros e distribuidores.
Depois da confirmação da inscrição de sua chapa “Mais livros em todos os sentidos”, entrevistei o novo presidente da CBL. Abaixo, suas principais declarações. Eventuais comentários meus aparecem em itálico.
Torelli é uma pessoa afável – como é necessário em sua vida de bom vendedor de livros – e vem construindo seu pensamento sobre os problemas da entidade já há vários anos, inclusive como representante da CBL no Conselho Nacional de Política Cultural e na CNIC. Declarou-se como uma pessoa de diálogo, disposto a conversar para alcançar consensos nas ações que pretende desenvolver à cabeça da entidade.
Tanto a afabilidade quanto o diálogo reforçam sua posição, muito clara: a necessidade de aumentar o protagonismo da entidade não apenas nas discussões, mas nas propostas e nas ações relacionadas com as políticas para o livro e a leitura no Brasil.
Quando perguntado sobre um dos pontos chaves de sua plataforma, a de que a administração do PNLL poderia ser feita “por uma ou mais organizações sociais”, Torelli elaborou a resposta a partir das discussões sobre a criação do fundo para o desenvolvimento das bibliotecas e programas de leitura, que havia sido acordada quando da promulgação da desoneração das editoras, já lá em 2003.
“Há uns dois ou três anos chegou a ser feita uma proposta para arrecadar esses recursos, em um mecanismo parecido com os do Sistema S. O Ministério da Fazenda argumentou que o custo que teria para arrecadar seria maior que o resultado. Isso colocou uma pá de cal no assunto, e a partir daí não aconteceu mais nada. O Instituto Pro-Livro não arrecada mais nada, também está parado. A proposta de usar uma OS para gerir recursos para o PNLL vem um pouco daí.
Você sabe que as mudanças na administração dos órgãos relacionados com o livro no governo federal paralisaram as discussões sobre qualquer coisa por mais de um ano, inclusive no CNPC. Quando coloco a necessidade e a importância da CBL ser mais protagonista nas questões das políticas para o livro e da leitura, isso vem um pouco daí. Nosso setor não pode mais ficar dependente de que essas coisas aconteçam no ritmo da administração pública, que é determinado por circunstâncias que dizem respeito a todo país. Então, temos que tomar iniciativas. Pois, quando fazemos isso, as coisas podem começar a acontecer. Existem coisas que a CBL pode fazer e não dependem do governo. E outras, quando se leva uma proposta com começo, meio e fim, podem romper impasses. O que não dá é para ficar só na plateia, assistindo as coisas. Temos que encontrar os caminhos e apontar soluções, através do diálogo e do consenso.”
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