Passei pela Bienal nas tardes de três dias: segunda, terça e quarta-feira passadas. Era evidente a diminuição da área vendida aos expositores, com muitos estandes de cessão gratuita de tamanho maior que o usual, corredores bem mais largos.
Ouvi poucas queixas de expositores quanto ao volume de vendas. No geral, pareciam satisfeitos com os resultados, embora os cariocas sempre ressaltassem que no evento do Rio de Janeiro se vende mais.
Gostei muito da programação cultural, coordenada pelo SESC-SP. Foi diversificada e bem dinâmica. Evidentemente os momentos de maior presença do público foram aqueles que astros pop apareciam, fossem ou não escritores. Mas sem dúvida alguma, foi um avanço muito significativo. O SESC não apenas organizou a programação cultural, como gastou um bom dinheiro com os convidados e com o estande de sua editora. A Federação do Comércio contribuiu adicionalmente com o estande da Editora SENAC-SP.
Mesmo assim, mantenho, sem vacilação, duas de minhas críticas principais.
A primeira diz respeito ao barulho provocado pela circulação da meninada, que vagueia pela feira sem uma organização de eventos estruturada para atendê-los de maneira produtiva. Desde a última vez que visitei a Feira de Guadalajara, virei um entusiasta do formato que eles acharam. Lá, o recinto da feira está dividido fisicamente em dois. As crianças entram para sua área, onde estão também os estandes dos expositores voltados especificamente para esse público, e uma série de atividades estruturadas para a garotada. As editoras que também atendem ao público adulto, podem comprar outro espaço na área geral. Quem entra – adultos – pela área geral, pode ir visitar a área infantil, mas o vice-versa não acontece. É, até hoje, o melhor arranjo que conheci. Perguntei sobre o assunto na entrevista com a presidente da CBL, Karine Pansa, logo abaixo.
Mas, antes da entrevista, outro ponto negativo que acho importante. Os estandes de saldos e promoções. Desde logo declaro que sou um defensor desse segmento do mercado, que oferece novamente ao público, a preços promocionais, livros que deixaram de ser exibidos nas livrarias. Mas não na Bienal. Acho que ali não é o lugar para isso.
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