Matéria publicada nesta segunda-feira no Estado de S. Paulo relata que as grandes livrarias (no caso, as paulistanas Cultura, Saraiva e Livraria da Vila) estão desenvolvendo um esforço especial para a melhoria de suas operações na internet, em detrimento da expansão da rede física.
Vamos tentar ver isso mais de perto.
Quando a Amazon foi lançada, anunciava-se como a maior livraria do mundo, disponibilizando mais de um milhão de títulos. Certamente não tinha nada disso em seu estoque. Jeff Bezos constatou o óbvio: as livrarias podem trabalhar com o estoque das editoras, que lhes dão prazo e o desconto que proporciona a margem.
Só que, no caso das livrarias físicas, o livreiro deve sempre fazer o balanço entre os títulos que vendem com mais rapidez, os best-sellers, e uma seleção, dentro do milhão de títulos disponíveis nos catálogos das editoras, daqueles que acham que pode dar a “cara” da loja. E aí, sim, montar o sortimento da livraria, seu estoque.
A Amazon não precisava disso. O investimento foi dirigido basicamente para permitir que os clientes achassem os livros que desejavam no meio da cornucópia de títulos oferecidos. O resto é história. Até hoje a Amazon só mantem em seus centros de distribuição a quantidade de títulos que seus cálculos determinam que podem ser vendidos no período que vai entre o pedido do comprador e a entrega do exemplar pela distribuidora ou pela editora.