Arquivo da tag: Encontros de Interrogação

Conexões Itaú Cultural – Cinco anos de garimpo da nossa literatura no exterior

Começa hoje na sede do Itaú Cultural (Av. Paulista, 149), o V Encontro Conexões Itaú Cultural – Mapeamento Internacional da Literatura Brasileira. Veja aqui a programação completa.

O Conexões Itaú Cultural nasceu de uma pergunta simples: quem são as pessoas envolvidas com a literatura brasileira no exterior? Onde estão, o que fazem, onde trabalham? A pergunta foi feita por Claudiney Ferreira, responsável pela área de literatura – e muito mais – do Itaú Cultural, ao prof. João Cezar de Castro Rocha, que havia comentado o aumento do número de professores e pesquisadores de literatura brasileira no exterior.

Mas a pergunta do Claudiney não nasceu de uma curiosidade súbita. Há anos ele trabalhava sobre o assunto, ainda que de forma indireta. Um dos marcos da difusão da nossa literatura foi o programa de rádio “Certas Palavras”, que ele e Jorge Vasconcellos produziram por muitos anos em várias emissoras de rádio. Claudiney e Jorge entrevistaram centenas de escritores, de todos os gêneros. Algumas dessas entrevistas foram furos sobre atividades e novidades de autores que foram se firmando no cenário do livro e da leitura em nosso país. Uma parte dessas entrevistas é reproduzida no livro Certas Palavras, organizado pelos dois e editado pela Estação Liberdade em 1990, hoje só disponível em sebos.

Em 1994 o programa foi transmitido direto de Frankfurt, do estande das editoras brasileiras, quando o Brasil participava como País Tema daquela feira pela primeira vez (haverá algum programa transmitido com entrevistas ano que vem?).
Continue lendo Conexões Itaú Cultural – Cinco anos de garimpo da nossa literatura no exterior

Nossa elusiva matéria prima

Uma das coisas que aprendi nessa faina do mercado editorial é que o mundo dos livros é um reflexo do mundo real. Cabe tudo. Das coisas mais sublimes às calhordices mais inomináveis. Como papel (e agora, bits) aguenta tudo, é possível encontrar toda e qualquer coisa impressa e sendo vendida (ou empurrada, ou doada por conta de outros interesses) no mundo do livro.
Essa variedade me fascina.
Do lado positivo, há o aprendizado de uma lição de humildade: o que eu gosto, o que me satisfaz intelectual e esteticamente, não é nem (necessariamente) o melhor nem é o que o OUTRO precisa para satisfazer o mesmo tipo de necessidades. E isso não é uma rendição a um relativismo absoluto: o que acho uma porcaria tenho minhas razões para considerar assim e não pretendo mudar de opinião. Mas, quando analiso políticas públicas de acesso ao livro, devo reconhecer o direito do outro gostar (ou ter necessidade) do que eu não gosto ou até mesmo desprezo.
Continue lendo Nossa elusiva matéria prima