A suposição de que os frequentadores de bibliotecas são também compradores de livros sempre foi uma dessas suposições percebidas, mas não comprovadas. Agora foi. Só que nos Estados Unidos, onde há diferenças fundamentais entre o sistema de bibliotecas com o do Brasil. No caso, além de sabermos que tradicionalmente as bibliotecas dos EUA compram acervos (apesar da crise, o volume de aquisições das bibliotecas deixa qualquer um por aqui corado), o empréstimo de e-books se consolida também com certa rapidez.
A pesquisa deixa clara a miopia de editoras que recusam a vender e-books para bibliotecas públicas nos EUA. E, para nós, deveria servir de incentivo para que as editoras e livrarias se empenhassem muito mais para termos um sistema decente de bibliotecas públicas.
Uma matéria publicada no Publishing Perspectives deixa o assunto claro.
Por Dennis Abrams
Nova pesquisa patrocinada por OverDrive, um importante distribuidor de e- e áudio books, juntamente com o Escritório de Informação sobre Políticas de Tecnologia, da ALA- American Library Association, proporciona números que sustentam o que muitas pessoas já suspeitavam: as bibliotecas têm um papel nas decisões de compra de livros dos leitores.
A pesquisa foi feita neste verão através de milhares de websites de bibliotecas públicas administrados pela OverDrive por todos os Estados Unidos, e descobriu que os usuários de bibliotecas adquirem uma média de 3,2 livros (tanto impressos como e-books) a cada mês, e que a maioria levaria em consideração a compra de livros descobertos em um website de biblioteca.
Com mais de 75.000 respostas, a pesquisa é o maior estudo feito até hoje sobre o uso de e-books em bibliotecas. E os resultados são similares aos de estudos anteriores, como o do Pew Internet Project, “Libraries, Patrons and E-Books”, revelando que uma porcentagem significativa de usuários de bibliotecas compra livros que descobre inicialmente na biblioteca pública. Na pesquisa da OverDrive-ALA, 57% dos que responderam afirmaram que a biblioteca é sua fonte primária de descoberta de livros.
Entre outros resultados:
– As compras de livros digitais por usuários de bibliotecas aumentaram em 44% no decorrer de seis meses.
– 35% dos que responderam adquiriam um livro (impresso ou e-book) depois de haver tomado emprestado aquele título.
– Quase a metade (48%) dos entrevistados declaram uma renda doméstica maior que US$ 75.000 ano.
Você pode ler a pesquisa completa aqui (em inglês).
Felipe, bom dia.
Fiquei com uma dúvida: como são feitos os alugueis de livros digitais pelas bibliotecas dos EUA? Eles emprestas o arquivo com período de acesso liberado?
Obrigado! Abs,
Rafale
São sempre emprestados com prazo fixo. Mas os formatos e condições variam. E, sobretudo, o que ainda está pendente é que muitas editoras estão impondo limitações para a venda de e-books para as editoras, seja no preço, seja no número de empréstimos possíveis de ser feitos.
Compreendi Felipe, obrigado pelo retorno. No Brasil, existe algo sendo feito nesse sentido? Alguma biblioteca está fazendo isso ou ainda é algo muito fora de nossa realidade? Mudando de assunto, parabéns pela nova coluna no Publishnews! Abs